Constelação OneWeb já está ativa no Brasil e Eutelsat vê novo mercado B2B via satélites

Rodrigo Campos, diretor geral da Eutelsat OneWeb no Brasil - Foto: Rudy Trindade / Themapress

A rede da satélites de órbita baixa da OneWeb já está formalmente ativada na região das Américas, incluindo o Brasil, e as operações comerciais começaram, informa Rodrigo Campos, diretor geral da Eutelsat OneWeb no Brasil. Segundo o executivo, os primeiros testes operacionais começam esta semana e a partir de fevereiro a empresa ativa os primeiros clientes no Brasil que já contrataram a capacidade da rede da OneWeb. 

A OneWeb é uma das primeiras empresas a apostarem no mercado de constelações de satélites em órbita baixa (LEO) e no ano passado foi concluída a fusão com a gigante do setor de satélites Eutelsat, formando a Eutelsat OneWeb. "Com a combinação das redes, passamos a ter o equivalente a uma rede de fibra, mas com cobertura satelital", diz Campos, comemorando a chegada da capacidade OneWeb ao portfólio da Eutelsat.

"Quando começamos a apresentar ao mercado que havia uma opção de constelação em órbita baixa, com as mesmas características de velocidade e latência, mas com qualidade de serviço assegurada (SLA) e atendimento local, percebemos um forte interesse das empresas, com demanda inclusive de quem não era cliente tradicional da Eutelsat", diz ele, em entrevista a este noticiário.

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O serviço com capacidade da OneWeb já tem clientes no Brasil, que devem ser ativados no próximo mês, após a fase de testes e ajustes. A constelação OneWeb está toda lançada e em operação, com 634 satélites de órbita baixa operacionais, dos quais 576 de uso primário e outros 58 são backup. Eles operam em 12 planos, com 48 satélites e 5 backups por plano. Em termos de velocidade, a rede está dimensionada para oferecer até 195 Mbps de descida e latências de 100 ms a 150 ms, com garantia de qualidade.

"Temos uma evolução tecnológica significativa com a rede OneWeb, mas o nosso modelo de negócio não muda: o serviço é focado no mercado B2B, com qualidade assegurada em contrato, e quem leva as soluções são os nossos parceiros distribuidores. Nós não vamos diretamente ao cliente", diz Campos. A modelagem dos serviços oferecidos pela OneWeb partiu dessa premissa. O modelo tampouco prevê atendimento ao usuário residencial, o que dá mais controle à OneWeb em relação à qualidade contratada pelos clientes.

Para o executivo, um dos diferenciais da Eutelsat com a fusão é que as redes geoestacionárias e a capacidade LEO passam a ser oferecidas de forma integrada, dentro do conceito de multi-órbita. 

O Brasil conta com dois gateways da OneWeb (em Maricá/RJ e Petrolina/PB) e dois POPs (pontos de presença) onde o tráfego é entregue aos clientes: em São Paulo, com a Equinix; e em Fortaleza, com a Angola Cables. 

"As soluções por satélite precisam ser pensadas em função da necessidade de cada cliente. Ele pode precisar de cobertura, de confiabilidade, de velocidade, de latência… Combinando GEO e LEO, é possível atender a qualquer uma das formatações". 

Segundo Rodrigo Campos a oferta de capacidade OneWeb tem ainda uma flexibilidade em relação aos terminais oferecidos, que também se ajustam aos projetos. "Temos desde os terminais auto-instaláveis, com antenas planas, até soluções mais tradicionais (de V-Sat), mas que agregam confiabilidade e resistência para algumas situações. O que define o que vai ser usado é o uso final do cliente e a aplicação". A Eutelsat OneWeb trabalha com quatro fornecedores de terminais. 

Rodrigo Campos vê o portfólio LEO abrindo uma nova gama de potenciais clientes, que dependem de latências mais baixas, por exemplo. "O mercado ficou maior", diz ele, em relação ao impacto de uma constelação LEO como a OneWeb para o mercado de satélites. "Empresas que viam o satélite como caro ou lento em latência têm uma opinião diferente sobre LEO, e isso muda bastante as perspectivas de negócio".

Sobre o processo de integração entre Eutelsat e OneWeb, ele reconhece um caminho mais simples no Brasil já que no Brasil a OneWeb não tinha um time fixo.

2 COMENTÁRIOS

  1. A arquitetura da constelação de satélites One Web informada não é consistente. Ficam faltando dois satélites no agregado, pois 48 satélites operacionais em cada um dos 12 planos significam corretamente 576 satélites operacionais no agregado, porém 5 satélites backup cada um dos 12 planos são 60 satélites no total, resultando em um total de 636.
    Além disso, existem informações na WEB sobre 648 satélites no total e até mesmo 720.
    O que gera mais confusão, no entanto, é que na "Petition for Declaratory Ruling to Modify the U.S. ) Market Access Grant for the OneWeb Ku-band and Ka-band NGSO FSS System" da WorldVu Satellites Limited, de 28 de Abril de 2023 (DA 23-362), a última encontrada no site da FCC norteamericana, é dito que a One Web solicita permissão para operar no mercado americano com 716 satélites, distribuídos em 49 satélites por plano, em 12 planos orbitais com inclinação de 87.9° (orbita polar) e 16 satélites por plano, em 8 planos orbitais com 55° de inclinação.
    A One Web poderia esclarecer/confirmar este ponto e também qual será a relação up/down das taxas de transmissão para usuários individuais em cada um dos 16 beams de cada satélite da constelação. Por exemplo, a informação de 195 Mbps down max corresponde a qual taxa de uplink?.

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