Dantas foi demitido da gestão do CVC por justa causa

Ainda não se sabe exatamente quais as razões alegadas pelo Citibank para tirar o Opportunity da gestão de seus recursos, mas pelos documentos disponíveis e já públicos na Justiça de Nova York a disputa é bastante pesada. O Citibank argumenta com evidência de "breach of duty" e "wrongdoings" para destituir o grupo de Dantas. Ou seja, em algum momento foram encontrados elementos que, no entendimento do Citi, caracterizaram quebra de dever fiduciário e comportamento inapropriado. Além disso, o Citibank argumentou que o Opportunity descumpriu decisões da Justiça proferidas no dia 14 de março. Por exemplo, em relação à suspensão dos leilões da Telemig Celular e Amazônia Celular, ordenada pelo juiz. O Opportunity se defende e diz que informou o Citibank no dia 10 de março, assim que soube de sua destituição, que já havia decidido suspender o leilão.
Contudo, diz o Citibank, isso nunca foi informado ao mercado e às autoridades brasileiras. Outra ordem dada pelo juiz no dia 14 foi no sentido de que o Citi tivesse acesso aos dados e livros referentes ao fundo CVC LP, que ficava sob a gestão de Dantas. Mas, segundo documentos do Citibank, o Opportunity não só não liberou acesso aos dados como por mais de um mês antes da ordem já se tentava ter acesso a esses documentos, sem sucesso. Além disso, na argumentação para destituir Dantas o Citi cita tanto cláusula que lhe dava o direito de destituir o gestor do CVC quando quisesse, mesmo sem razão, como cláusula que permitia que isso fosse feito com uma razão. Ou seja, foi demissão por direito e também por justa causa.
A defesa do Opportunity, por outro lado, diz que os contra-argumentos em relação ao "breach of duty" e "wrongdoings" serão apresentadas em outro momento, já que não teria havido tempo para preparar o material até a data da audiência que confirmou as liminares (dia 17 de março). Em lugar de se defender das acusações, o Opportunity argumentou que se fosse destituído colocaria em risco o cumprimento das regras da Anatel e estaria violando a lei brasileira. Em um dado momento, o Opportunity chegou a propor que fosse deixado na gestão das empresas até que a Anatel se manifestasse sobre a troca de gestor. O banco também chegou a se comprometer a fazer todo o esforço para que a aprovação da Anatel fosse rápida. Mas nem o Citibank nem o juiz Lewis Kaplan aceitaram a oferta. Na documentação do Opportunity estão pareceres de Renato Guerreiro e dos advogados Paulo Aragão e Floriano de Azevedo Marques. Já a Brasil Telecom, ao pedir para ser parte do processo, usou parecer de Helena de Araújo Lopes Xavier. A Justiça de Nova York não permitiu à BrT entrar no processo.

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