Controladores suspeitam das razões de Dantas para não entregar administração

O que mais chama a atenção de quem acompanha de perto a saga da destituição do Opportunity na gestão das empresas de telecomunicações é a relutância de Daniel Dantas e seu grupo na entrega da administração das companhias. TELETIME News apurou que o Opportunity teria recebido do Citibank uma oferta substancial para deixar a gestão do fundo CVC/Opportunity Equity Partners LP. Em troca, sairia sem que se criasse um conflito. Seria uma oferta três vezes superior ao que Dantas teria efetivamente direito, mas o Opportunity declinou. A explicação para a resistência encontra-se no tamanho das companhias. Hoje Dantas e seu time dirigem empresas com opex mais capex da ordem de R$ 7 bilhões ao ano. Feita a conta dos quase sete anos em que o Opportunity está no controle, foram quase R$ 50 bilhões. Suspeita-se entre os acionistas controladores que o os ganhos do Opportunity estejam além da taxa de administrador que recebe, dos eventuais prêmios de desempenho ou outras receitas habituais de um gestor.
Citibank e fundos de pensão estão, agora, preocupados com a iniciativa do Opportunity de dar início às reuniões dos conselhos dos diferentes níveis societários onde haverá a troca de controle. Essa intenção ficou clara nesta terça, 22. Mas nem Citi nem fundos haviam pedido, ainda, as reuniões, até porque isso está sendo planejado cuidadosamente. Suspeita-se que o Opportunity queira apressar as assembléias para aprovar matérias de seu interesse.
De qualquer forma, a primeira preocupação do Citi e dos fundos é evitar o acordo guarda-chuva de 2003, pelo qual o Opportunity Fund passaria a ditar os votos dos demais acionistas na hipótese de destituição do gestor dos fundos CVC (como aconteceu). Apesar de se avaliar que esse acordo é juridicamente insustentável, ninguém quer arriscar. Por isso, deve-se convocar a assembléia da Futuretel primeiro, por exemplo, pois lá o Opportunity Fund tem menos de 1% e seria ridículo submeter os demais acionistas às suas vontades. Com isso, Citi e fundos querem testar as estratégias do Opportunity.

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Outro campo de batalha imediato deve ser a Anatel. Sabe-se que representantes do Citibank já estiveram com conselheiros e superintendentes da agência e, preliminarmente, explicaram a troca de gestor. Teriam ouvido dos dirigentes da Anatel entendimentos informais de que a troca de gestor não configuraria mudança de controle nos termos da ampla Resolução 101/99. Mesmo assim, o Citi ainda espera que a Anatel se manifeste oficialmente. Na sua argumentação à Justiça de Nova York, o Citibank disse que exatamente a mesma situação se verificou quando os fundos de pensão destituíram o Opportunity da gestão do CVC nacional e em nenhum momento isso foi um problema para a Anatel ou serviu de argumento para o Opportunity.

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