A guerra entre as empresas over-the-top (OTT) e operadoras pode não estar perto do fim, mas ao menos mostra sinais de paz. Durante o 13º Tela Viva Móvel nesta quarta, 21, os dois lados acenaram para uma discussão de modelo de negócios que permita uma situação de ganha-ganha.
A Claro já tem acordos do tipo com Facebook e Twitter, oferecendo acesso gratuito para clientes pré-pago. "Estamos tendo resultado bacana, então estamos abertos a novas parceria, para gente o importante é dar opção ao cliente", disse a gerente de VAS e responsável por SMS e OTTs da Claro, Eunice Marçal. Segundo ela, há muita troca de links dentro dos apps, o que leva o usuário a consumir tráfego na rede móvel de qualquer forma.
"Muita gente entende IM como concorrente de operadoras, mas no Viber a gente encara diferente, temos parcerias sólidas na Itália, Alemanha, Filipinas. Temos conversas em andamento nos Estados Unidos e no Brasil e estamos abertos a modelos de monetização que abrem aos dois caminhos, para ter crescimento e convivência harmoniosa com o mercado", diz o country manager da Viber no Brasil, Luiz Felipe Barros. Ele cita parcerias que permitem acesso livre ao aplicativo, explicando que as teles conseguem obter receita quando o usuário clica em links externos para o YouTube ou páginas, por exemplo. "Em outros casos, dividimos receita com operadora, elas viram praticamente nossa sócia. Elas enxergavam que eram nosso competidor, mas em vez de perder receita, a gente dá muito mais dinheiro para elas."
A Viber, que planeja lançar no segundo semestre uma iniciativa de canais patrocinados, está com escritório brasileiro há cerca de seis meses e conseguiu aumento de 60% na base somente entre fevereiro e março, quando promoveu ligações gratuitas DDD e DDI para os Estados Unidos.
A empresa considera as redes sociais como sua maior concorrente, mas Barros lembra que ela é a segunda em OTT com 31% de marketshare (contra 90% do WhatsApp) e acredita que pode ter mais espaço no mercado. Mas não com voz.
"A Viber não considera Skype como concorrente", ressalta Barros. Na visão dele, o app concorrente tem um perfil cada vez mais corporativo, além de uma interface fundamentalmente desktop. "Nossa experiência central é mobile", diz. Além disso, o executivo garante que a estratégia é de focar mais nos textos, e menos na voz, o que seria o contrário do Skype.
Integração
Na contramão dessa tendência, a Acision defende o WebRTC, padrão de interoperabilidade entre plataformas móveis e desktop que está sendo padronizado pelo W3C. "Ele acaba com a visão de tipo de app e dispositivo que você está usando. Nós já temos um app compliant com o WebRTC, e pode fazer videoconferência por navegador, apenas pede acesso à câmera, sem aplicativo e sem plugin", diz o business development para América Latina da Acision, Daniel Barna. A plataforma utiliza em conjunto APIs de Java e HTML5 para poder fazer o que ele chama de "portabilidade" entre IM e call center, citando o caso da Amazon com o tablet Kindle Fire, que tem atendimento de suporte por vídeo no próprio aparelho.