Para aproveitar as oportunidades do mercado móvel, é necessário contar com aportes, mas é preciso ter critério na hora de investir. O diretor-geral da Wayra, Carlos Pessoa diz que a divisão da Telefônica Digital investe R$ 100 mil inicialmente (recebendo em troca participação minoritária), oferecendo depois o equivalente a R$ 300 mil em infraestrutura, ajudando a startup a levantar capital com investidores de risco ou investidores anjo. Mas para investir na empresa, é preciso considerar a mobilidade. "Quem não entende como isso muda o jogo e o cenário das startups, eu já nem converso", disse ele durante painel do 13º Tela Viva Móvel nesta quarta, 20.
O cofundador da 49booster, Márcio Chaer, alerta para uma falta de foco e despreparo no mercado: "Hoje, temos montes de investidores anjo investindo e a maioria está perdendo dinheiro". Segundo ele, o risco ainda está muito alto atualmente. "Hoje temos muitas aceleradoras como a Wayra que dão pouco dinheiro", critica. "Ter problema é bom. Em cada dez investimentos, nove dão errado e eu quero sair disso. Quero fazer seis investimentos e os seis darem certo."
O CEO da Pmovil e da Toing, Fabián de la Rúa, concorda, mas diz que o Brasil é uma exceção na América Latina em relação a investidores. "Temos uma blacklist com pseudo investidores e angels que, se estão envolvidos, nós estamos fora", diz. "O networking e o smart money são mais importantes do que o dinheiro em si, e no Brasil há muito dinheiro a investir." O co-CEO da Easy Taxi, Tallis Gomes, corrobora. "Tem muito dinheiro no mercado, por isso tem gente (oferecendo serviços) de graça. No final do dia, ter um ecossistema de investimento é importantíssimo para a empresa, mesmo para empreendedores que já saíram", declara.