No dia 10 de março termina o prazo dado pelo decreto 4.901, de 2003, para que o Comitê de Desenvolvimento do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) apresente relatório final com a definição do modelo de referência do sistema brasileiro de televisão digital; o padrão de televisão digital a ser adotado no País; a forma de exploração do serviço de televisão digital; e o período e modelo de transição do sistema analógico para o digital. Mas o prazo não deverá ser cumprido.
Segundo o secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Mauro Oliveira, provavelmente haverá um novo decreto estabelecendo novos prazos, mas isso ainda não está definido: "De qualquer maneira, ainda que não tenhamos chegado nesse momento a um termo de referência, como o decreto pedia, acredito que o Brasil ganhou muito com o processo de pesquisas sobre TV digital."
Oliveira prefere não detalhar os próximos passos do governo em relação à TV digital. "Vamos agregar ações estratégicas ao processo daqui para frente", diz o secretário, sem detalhar que ações são estas. Perguntado se o Brasil já poderia, hoje, descartar os três padrões internacionais e caminhar definitivamente por um caminho próprio, Oliveira responde com cuidado: "Se chegássemos nesse ponto e concluíssemos que o melhor seria adotar o modelo americano ou europeu, já teria valido a pena pelo esforço de integração de nosso trabalho de pesquisa e pelos avanços conseguidos, mas há um sentimento muito forte de que dá para chegar a um modelo brasileiro que preze pela inclusão digital."
No próximo dia 28 haverá uma última reunião do Comitê de Desenvolvimento para fazer um balanço dos trabalhos. O Minicom deverá organizar ainda no dia 31 de março um encontro para apresentar alguns avanços produzidos pelas instituições de pesquisa que estão trabalhando no SBTVD. Segundo o secretário do Minicom, os trabalhos continuam e o modelo metodológico da TV digital deverá servir de base para a definição de uma política de desenvolvimento científico e tecnológico para todo o setor de telecomunicações, além de uma política industrial mais ampla, diz Oliveira.