A nova entrante canadense Mobilicity fechou um acordo com a Amdocs para serviços gerenciados de Operations Support Systems (OSS) e Business Support Systems (BSS). O acordo inclui todo o sistema de billing pré-pago em tempo real, essencial para o lançamento da operação, uma vez que a Mobilicity tem a população de baixa renda como público-alvo e comercializa apenas serviços no modelo "pay-in-advance".
"Pay-in-advance" nada mais é do que o que conhecemos por planos pré-pagos, mas o presidente e CEO da Mobilicity, Dave Dobbin, alega que serviços pré-pagos no Canadá estão associados a uma visão negativa de serviços caros e ruins. "Nosso serviço é diferente, não pune quem opta por ter o controle de seus gastos", defende Dobbin.
Todos os planos da Mobilicity oferecem serviços ilimitados por um valor fixo. São seis planos que vão de SMS e MMS ilimitados, por US$ 15 ao mês, ao plano completo ilimitado de voz, SMS/MMS (incluindo envio e recebimento de celulares de todo o mundo), longa distância nacional e para os EUA e acesso à Internet por US$ 65 mensais. Há ainda pacotes ilimitados de longa distância internacional.
"Os serviços gerenciados da Amdocs controlam não apenas a bilhetagem em tempo real de cada um dos eventos dos pacotes ilimitados, mas também fazem as ativações de novos clientes, o controle de créditos da carteira virtual dos clientes para compra de serviços 'pay-per-use', e o carregamento dos créditos adquiridos pelo cliente em nossas lojas físicas ou pela Internet", detalha o executivo.
Em breve, a Mobilicity também deve lançar serviço de recarga através do próprio celular.
A nova entrante canadense terceirizou toda a sua infraestrutura, da rede ao CRM, e cuida apenas de estratégias de marketing e novos produtos. O outsourcing da rede da Mobilicity foi feito com a Ericsson, que construiu e opera a rede HSPA+, e o relacionamento com o cliente ficou com a empresa de contact center Sitel. A operadora venceu licitação para operar nas maiores cidades do Canadá e atualmente atua em Toronto, Vancouver, Calgary, Edmonton e Ottawa.
Serviços gerenciados
Enquanto nos mercados mais maduros a redução de custos operacionais como estratégia para levantar mais fundos para investimentos em novos serviços está entre os principais drivers para adotar o modelo de serviços gerenciados, os mercados emergentes com grande taxa de crescimento, como as regiões da América Latina e Ásia/Pacífico, estão começando a optar por este modelo de outsourcing para garantir escalabilidade das operações, a atualização para novas tecnologias e a redução do churn.
A análise é do vice-presidente de Estratégia e Marketing da Amdocs GSS – Global Strategic Sourcing, Eitan Gelbaum.
Segundo ele, a principal barreira para adoção de serviços gerenciados na América Latina é a cultura das operadoras da região, que não quererem dividir o controle das suas infraestruturas e de seus assinantes. "Mas isso está começando a mudar e algumas operadoras já terceirizam as camadas mais periféricas de suas infraestuturas", comenta Gelbaum.
O executivo da Amdocs explica que essas operadoras estão começando a adotar o outsourcing em camadas, inicialmente com a terceirização do que se chama de primeira e segunda camada – que incluem as infraestruturas de TI e sistemas gerais e o gerenciamento de aplicações como sistemas de billing e CRM. "O terceiro nível, que é o outsourcing de processos de negócio (BPO), ainda é pouco adotado na América Latina, mas isso vai mudar"