Com a implantação da portabilidade numérica e de uma entidade para fazer o clearing nacional do serviço, criando um cadastro unificado, uma parte da duplicação de usuários de telefonia móvel será eliminada, com o encolhimento da base de usuários, hoje em 94,9 milhões de clientes. Poderá ainda não ser o número exato de usuários ativos, mas reduzirá a distorção. Isto porque atualmente quando um cliente, geralmente pré-pago, muda de operadora, não tem obrigação de informá-la. Simplesmente pára de recarregar os créditos no terminal. Então, ativa o serviço em outra operadora. Na prática, por um período ele continua na base das duas empresas, mascarando o número real de usuários móveis.
?A portabilidade dará uma visibilidade maior de todo o setor, de quem está com qual operadora?, opina o consultor da Accenture, Carlos Rocha. Dependendo das regras para regulamentação do serviço (se o consumidor pagará ou não para levar seu número ao trocar de operador, por exemplo), o cliente informará que vai trocar de tele porque dependerá de alguns procedimentos da empresa para ativar o mesmo número da rede da operadora concorrente. ?Agrega pouco hoje para o cliente avisar a empresa o seu desligamento?, admite Rocha.
Cada empresa controla o próprio cadastro atualmente, o que causa distorção, a qual se reflete sobre o market share. Assim, a participação de mercado que cada operadora móvel detém, de acordo com dados divulgados pela Anatel nesta semana, precisa ser refinada. Os números reais, quantos terminais estão ativos, quantos se desconectaram, só as operadoras podem saber. Uma das formas de descobrir isto é analisando o tráfego gerado pelos clientes nos últimos meses, diz Rocha.
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