Diante da proliferação de aplicativos de mensagens instantâneas, alguns deles até com comerciais em horário nobre na TV, MOBILE TIME, em parceria com a Opinion Box, realizou uma pesquisa para conhecer um pouco mais dos hábitos dos internautas brasileiros com esses aplicativos. Uma das descobertas já era esperada: o uso desses apps provoca um impacto direto e imediato no consumo de mensagens de texto tradicionais (SMS). 64,4% dos entrevistados que utilizam apps de mensagens disseram ter reduzido muito o uso de SMS. E outros 22,3% diminuíram, mas pouco. Apenas 10,6% responderam que a adoção de apps de mensagens não provocou qualquer impacto sobre seu hábito de envio de SMS e 2,7% disseram que, pelo contrário, aumentaram a quantidade de SMS enviados depois que passaram a usar apps de mensagens.
A praticidade dos apps foi o motivo mais lembrado pelos entrevistados para explicar a diminuição no uso do SMS, apontado por 66,2% daqueles que disseram ter reduzido o envio de SMS. Outras razões foram: "porque o app é mais barato" (59,2%); "porque tenho muitos amigos/parentes usando esse app" (55,2%); "porque pelo app é mais rápido" (47,1%); e outras razões (2,1%). Cabe destacar que não se tratava de uma pergunta com resposta livre: as opções eram apresentadas no questionário e podia-se marcar mais de uma.
Essas resultados não significam que os usuários de apps de mensagens tenham parado completamente de enviar SMS, apenas diminuíram a frequência. Na verdade, o SMS segue sendo mais universal do que qualquer app de mensagens individualmente: 90,2% dos entrevistados que têm smartphones disseram que usam SMS – penetração maior que entre aqueles com feature phone (88%). A frequência de envio de SMS também é maior entre donos de smartphones em comparação com aqueles que têm celulares básicos. Os resultados da pesquisa sobre o uso de SMS em particular serão divulgados em outra matéria, na sexta-feira, também em MOBILE TIME.
WhatsApp lidera
O questionário foi aplicado pela Internet com 1.901 pessoas que possuem celular, com distribuição equilibrada por região, faixa etária, renda familiar e gênero. Do total de entrevistados, 70,2% declararam possuir um smartphone e 29,8%, um celular básico. Dentre os que têm smartphone, 81% afirmaram utilizar apps de mensagens instantâneas. No grupo que usa esse tipo de aplicativo, o WhatsApp foi apontado como o mais utilizado pela maioria esmagadora: 82,7%. Em segundo lugar ficou o Facebook Messenger, citado por 9,8%, e o Skype apareceu em terceiro (4%). Nesta pergunta, os entrevistados podiam marcar apenas um app de mensagens: aquele que usam com mais frequência.
Quanto à periodicidade de uso de apps de mensagens, 83,3% disseram que acessam diariamente; 13,6%, algumas vezes por semana; 1,8%, algumas vezes por mês; e 1,3%, raramente.
Os apps de mensagens são usados pelos internautas brasileiros principalmente para conversar com amigos (93,7%), colegas de trabalho (56,9%), irmãos (50,6%), outros parentes (40,8%), cônjuge (46,6%), namorada/o (31,5%), pais (24%) e filhos (23,5%). Era permitido indicar mais de uma resposta nessa questão.
Modelo de negócios
A maioria dos aplicativos não cobra pela troca de mensagens instantâneas (alguns vendem stickers separadamente). A pesquisa procurou medir a receptividade do público brasileiro quanto à possibilidade de cobrança em um modelo de assinatura. A pergunta foi direcionada apenas àqueles que têm smartphone. 55,9% dos entrevistados disseram que trocariam de aplicativo se o atual que mais usam começasse a cobrar pelo serviço. 21,3% estariam dispostos a pagar R$ 2 por ano; 15,4%, R$ 2 por mês; e 7,4%, R$ 2 por dia.
Sobre a possibilidade receber mensagens publicitárias dentro do app em troca de usá-lo de graça: 44,1% responderam que aceitariam, desde que fossem mensagens sobre marcas ou categorias de produtos que lhe interessem; 27,6% aceitariam mensagens de quaisquer marcas ou produtos; e 28,3% não aceitariam e trocariam de app.
Grupo dos sem-mensagens
Dos entrevistados com smartphones, 19% disseram que não usam apps de mensagens. Incentivados a apontar a principal razão para tal, as respostas mais comuns foram: "não gosto" (35,6%); "nunca tive a chance de experimentar" (24,9%); "não consigo baixar apps no meu celular" (15%); "não sei usar" (11,9%).
Outras descobertas
Na próxima sexta-feira, 23, MOBILE TIME, publicará a segunda parte dessa pesquisa, com ênfase no uso do SMS. E na semana que vem, será a vez da terceira e última parte, cujo foco é mobile marketing por SMS.
Esta é a segunda pesquisa realizada pela Opinion Box em parceria com MOBILE TIME. A primeira, divulgada no mês passado, tratou do uso de smartphones pelos internautas brasileiros.