Nokia vê demanda por rede privativa aquecida no mercado brasileiro

A demanda brasileira por redes privativas está aquecida e deve avançar mais ainda em 2023 com a adoção em novos projetos, de novos modelos e com a utilização de recursos espectrais mais potentes – inclusive em 26 GHz.

A avaliação é do head de vendas para indústrias digitais da Nokia na América Latina, Renato Bueno. Em conversa com TELETIME em meio a encontro com parceiros da fornecedora realizado em São Paulo, o executivo minimizou leitura de que as redes privativas estariam avançando em ritmo aquém do esperado.

"O mercado de redes privativas para a gente na América Latina dobrou de tamanho em 2022 e é muito estratégico", afirmou Bueno. Globalmente, a fornecedora somava 595 clientes empresariais com soluções sem fio ao fim de março, sendo 73 adicionados em 2023, conforme balanço divulgado nesta quinta-feira, 20. A Nokia estima que o segmento empresarial deve demandar algo em torno de 14 milhões de sites para cobertura móvel ao longo dos próximos anos.

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No Brasil, a demanda é por hora impulsionada pelos setores de mineração, portuário, óleo e gás e energia, relata Bueno. Alguns dos projetos nestas verticais já são públicos: Vale e Petrobras ao lado da Vivo (no caso da petroleira, atendendo mais de 40 plataformas), a Brasil Terminal Portuário ao lado da TIM e rede 4G em projeto de longo prazo junto à Neoenergia. Outros acordos ainda são mantidos em sigilo.

Já a manufatura seria área que pode ter aceleração importante na adoção de redes privativas ao longo de 2023, na medida em que casos concretos de uso se tornam mais concretos. Na seara, a Nokia destaca a atuação em projetos como a rede privativa 5G ao lado da empresa de eletrônicos Flex, com uso do recurso permitindo conceito de manufatura flexível (ao reduzir a necessidade de cabeamento dos equipamentos).

Tecnologia

Bueno também nota que muitas empresas têm optado por ativação de redes privativas que possibilitem o 4G e o 5G. Ainda que a migração para a quinta geração dependa de fatores como ecossistema de equipamentos e dispositivos, a Nokia aponta que o espectro não seria gargalo para a transição, vide as opções de diferentes frequências disponibilizadas às operadoras e diretamente à indústria – como o 3,7-3,8 GHz, onde a empresa já atua em ativações.

Entre as faixas disponíveis também está o 26 GHz, pelo qual Bueno aponta interesse concreto entre clientes de redes privativas. Utilizado por enquanto em caráter experimental, o recurso seria especialmente demandado em operações que demandam grandes descargas de dados (como download de software e firmware em uma fabricante de equipamentos), um número relevante de equipamentos autônomos ou uma grande demanda por vídeo e uplink.

"Acredito que a adoção dessa tecnologia de ondas milimétricas vai ser mais rápida do que a gente imagina no mercado corporativo", afirmou o head de vendas da Nokia, ao TELETIME.

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