Valor do set-top e MPEG 4 entram nas negociações

O próximo ponto a ser examinado com atenção pelo governo em relação ao relatório do CPqD sobre o ?Modelo de Referência? para o Sistema Brasileiro de TV Digital diz respeito aos valores finais dos set-tops, ou URDs (Unidades de Recepção Digital), como chama o estudo. Pelas contas do CPqD, as caixas do padrão DVB seriam as mais baratas, com valores subindo de 10% a 18% no caso do padrão japonês. Radiodifusores protestaram, assim como o Ministério das Comunicações. Alegam que o estudo da Universidade de São Paulo sobre este tema aponta discrepâncias de no máximo 10%. Para tirar a prova, espera-se para breve uma reunião com fornecedores e representantes do padrão japonês.
Outro ponto crítico a ser definido nesta reta final diz respeito à compressão. O ministro Hélio Costa havia dito que o padrão adotado no Brasil começaria com MPEG 2 e posteriormente passaria para o MPEG 4. Depois reformulou essa posição, dando a entender que o padrão nacional terá MPEG 4 já num primeiro momento. A diferença entre um e outro é que, no primeiro, cada canal de 6 MHz comportaria apenas quatro canais de definição padrão ou um em alta definição. No caso do MPEG 4, a capacidade dobra. A lógica manda que se busque o estado-da-arte, mas isso provocaria uma discussão sobre a otimização do espectro. Por outro lado, começar com o MPEG 2 pode ser mais barato e simples em um primeiro momento, já que não envolve negociações com os padrões e o preço do hardware já está baixo. Mas o MPEG 2 limitaria a diversificação de players, as possibilidades de modelos e dificultaria a migração para o MPEG 4 no futuro. Os próprios radiodifusores concordam que não há porque o Brasil entrar em MPEG 2. Esse será, daqui por diante, um ponto a ser longamente negociado com os padrões internacionais, sobretudo com os representantes do ISDB-T.

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