Tirando do papel um amplo projeto de redes privativas sem fio baseadas em 4G, a Petrobras entende que os casos de uso do mercado corporativo não precisam imediatamente do atributos da tecnologia 5G.
Em debate promovido pelo portal Convergência Digital nesta segunda-feira, 19, a estatal apontou planos de conectar 40 instalações onshore e offshore com conectividade até 2024. Destas, cerca de metade receberam o serviço em 2022, segundo o gerente geral de operação e infraestrutura de TIC da Petrobras, Luis Felipe Araujo.
Na visão do profissional, a migração do atendimento para o 5G é algo natural, mas o 4G já seria suficiente para solucionar as demandas operacionais da petroleira (mesmo se tratando de operação de missão crítica).
"Hoje não existem aplicações que dependem do 5G. Isso vai evoluir porque vamos pendurar mais devices, o throughput (taxa de transferência) vai aumentar e inevitavelmente vamos ter que usar o 5G", apontou Araujo, no debate.
Operadora
Assim como a Vale, a Petrobrás tem a Vivo como parceira de conectividade. A tele foi selecionada em licitação após a empresa decidir que preferia realizar a implementação ao lado de uma operadora. A conexão dos diferentes sites de produção, refino e energia térmica variam em número de antenas exigidas, exigindo de uma a até sete, a depender da localidade.
Diretora de operações comerciais e produtos B2B da Vivo, Debora Bortolasi notou que as implementações de redes privativas contam muitas vezes com ambientes desafiadores e até mesmo hostis do ponto de vista geográfico. Neste sentido, a proposta da operadora é atuar como integradora que traga solução completa, a partir da "fortaleza" da conectividade.
A executiva também apontou o LTE como capaz de atender grande parte das demandas empresariais com alta segurança. Ainda assim, o 5G é visto como tecnologia que abre "milhões de possibilidades" para o uso B2B, como discussões de nível de serviço diferenciados por criticidade de negócio.