A Brasil Telecom não vai levantar a bandeira, mas quer promover a discussão sobre operadoras virtuais no Brasil. Trata-se de um assunto até aqui evitado pelas concessionárias e empresas de telefonia celular e que ainda não tem regulamentação, mas que na visão da nova administração da BrT, que falou aos investidores nesta segunda 19, precisa ser enfrentado até para que se avalie se há possibilidades de ganhos nessa área. "No mundo todo, há modelos que deram certo e modelos que não deram certo. Não estamos dizendo que o Brasil tenha que ter um mercado de operadores virtuais e revenda de capacidade de rede, mas podemos estar perdendo uma oportunidade ", diz Luiz Francisco Perrone, vice-presidente de assuntos regulatórios da BrT. Na visão da empresa, é possível que operadores virtuais, munidos de criatividade e disposição para o risco, abram novas frentes de mercado ainda inexploradas.
Outra frente de preocupação regulatória da empresa para 2006, segundo apresentado aos analistas, é a questão da interconexão entre redes fixas e móveis. Segundo Perrone, é preciso manter a rentabilidade das empresas móveis, mas a disparidade precisa ser diminuída.
Vídeo sobre IP
A Brasil Telecom vê a exploração do mercado de vídeo sobre IP como uma das grandes possibilidades para 2006, conforme apresentação das estratégias da empresa para analistas de mercado, realizada nesta segunda. Mas o caminho com que isso será feito ainda é nebuloso. A operadora de telefonia garante que sua planta ADSL está tecnicamente pronta para receber os serviços de vídeo, com relativamente poucas alterações, mas diz que a formatação comercial não será aberta agora para "não criar anticorpos", segundo Francisco Perrone. A BrT não descarta adquirir licenças de serviços de TV por assinatura, mas reconhece que terá uma limitação da Lei do Cabo caso queira comprar concessões para este serviço específico. "Poderemos pleitear o MMDS ou o DTH, que independem de lei", diz.
