A Brasil Telecom, sob nova direção, constatou que em agosto, na véspera da substituição dos gestores (que ocorreu em setembro), mais de R$ 2 bilhões em contratos da empresa foram assinados, a maior parte sem que houvesse concorrência. Foi um "volume absolutamente anormal", segundo a diretoria da empresa. Os dados foram apresentados aos analistas de mercado nesta segunda, 19. A maior parte destas renovações se deu em contratos de rede interna e externa. Segundo Charles Putz, vice-presidente de finanças da BrT, uma parte dos contratos de fato estavam na data da renegociação, mas muitos não, o que chamou a atenção dos novos diretores, juntamente com o volume.
Segundo Ricardo Knoepfelmacher, presidente da empresa, 27 grandes fornecedores tiveram que ser chamados a renegociar desde então. Não se trata, contudo, apenas de uma questão de conflito entre acionistas e gestões. Segundo Putz, essas renegociações pressionam significativamente os custos da empresa para 2006. Para compensar este crescimento de custos (cerca de 6% só nos contratos fechados em agosto, que se somam a outros 4% em outras frentes, totalizando aumento de custos na casa dos 10%), além de uma renegociação de alguns principais contratos, a empresa está sendo forçada a ajustar seus custos em outras frentes, como publicidade e pessoal.
Sem crescimento
Com isso, a tendência é que as margens da Brasil Telecom, sobretudo a EBITDA, apresentem apenas estabilidade ou uma pequena piora, "o que é bom em função da pressão que os custos estavam fazendo", diz Putz.