A posição está fechada pela Casa Civil e pelo Ministério da Fazenda. No que depender destes dois ministérios, José Leite Pereira Filho será o novo presidente da Anatel. A informação é de fonte ministerial. Outras fontes também reforçam que até mesmo o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, apoiaria o nome do atual conselheiro da agência para comandá-la. Onde está, então, o impasse para a definição? Segundo a fonte, a resistência maior agora é na Secretaria da Comunicação de Governo (Secom). Luiz Gushiken teme que haja algum vínculo entre José Leite Pereira e o grupo Opportunity, suspeitas essas colocadas pelos fundos de pensão e por alguns dos controladores da Telemar. Por outro lado, outras fontes atestam que uma das características de Leite é, justamente, o fato de manter diálogos apenas técnicos com as empresas, e mesmo assim sem dar muito peso aos argumentos colocados. Leite tem posições fortes e raramente se deixa influenciar pelas pressões das operadoras, atestam seus colegas de trabalho. Em relação aos supostos vínculos com Opportunity levantados pela Secom, sabe-se que o receio dos fundos de pensão decorre principalmente do fato de José Leite ter representado a fundação Sistel (dos funcionários do Sistema Telebrás) em conselhos de empresas privadas. A Sistel é fortemente influenciada pela Brasil Telecom, controlada pelo Opportunity. O conselheiro da Anatel, contudo, deixou de representar a fundação em janeiro de 2004, e explicou na ocasião que a presença de dirigentes das agências em conselhos privados, representando as fundações previdenciárias, era uma orientação que vinha desde o tempo do ministro Sérgio Motta. Um outro detalhe importante: a fonte de nível ministerial enfatizou que José Dirceu e Antônio Palocci querem evitar a escolha de alguém indicado pelos sindicatos para o posto, até como forma de evitar críticas de politização das agências.
Sucessão na Anatel