Leonardo Capdeville, CTIO da TIM, acredita que a OpenRAN está em início de jornada, mas que no futuro ela pode ser uma saída consolidada para o surgimento de novos fornecedores, tanto de hardware quanto de software, que poderão atender a infraestrutura necessária para as redes de 5G.
Em live do FuturecomX Digital Series nesta quarta-feira, 18, Capdeville disse que a tecnologia, que permite a possibilidade de desmembramento entre hardware e software, pode criar um mercado com dezenas de fornecedores produzindo software e outras dezenas que estarão produzindo hardware.
"Se olharmos para o futuro, é bem possível termos um sistema aberto, que permitirá mais inovação e mais competidores. Apesar das primeiras redes de 5G estarem sendo criadas agora, é possível vislumbrar este cenário no futuro. E esse sistema aberto vai permitir criar uma tecnologia nacional, que poderá atender nossas necessidades específicas", afirmou o executivo da TIM.
Piloto
Capdeville disse ainda que a operadora fará um teste usando a experiência OpenRAN na cidade de Santa Rita do Sapucaí. "A ideia é passar desse piloto para começar a implementação em algumas cidades importantes".
Outro aspecto levantado pelo executivo foi a segurança de rede. Capdeville acredita que no uso de OpenRAN, é preciso garantir que estas redes sejam seguras. "Isso é algo muito mais importante do que a escolha do fornecedor para determinada rede", afirmou.
Desafios para o 5G
O executivo da TIM pontuou que é importante também compartilhar infraestrutura para garantir mais capilaridade, especialmente no Interior de um país grande como o Brasil. Essa prática pode ser aplicada, por exemplo, na construção de redes de fibra. "Precisamos resolver o problema da capilaridade da fibra. Para isso, é preciso construir redes. E isso feito com cooperação, permite atingir mais locais". Capdeville acredita que com a entrada da nova tecnologia no País, a competição não será mais entre infraestruturas, mas sim entre oferta de serviços.