A Anatel deverá incluir na agenda regulatória do biênio 2021-2022 o estudo em mais faixas de ondas milimétricas, afirmou o superintendente de Planejamento e Regulamentação, Nilo Pasquali. A agência teve atuação significativa na definição da faixa de 26 GHz para o serviço móvel (IMT) na última conferência mundial de radiofrequência (WRC-19), e agora pretende avançar na identificação de mais espectro do tipo.
Segundo Pasquali, durante participação de evento online nesta quarta-feira, 18, a Anatel deverá apoiar as faixas de 37-43,5 GHz, além de 45,5 GHz e de 48,2 GHz e de 66-71 GHz. "Essas outras faixas iniciamos estudos. Na próxima agenda regulatória do biênio 2021-2022, já vamos contemplar todas essas bandas." Os resultados deverão servir também para a próxima WRC, que acontecerá em 2023.
O superintendente da Anatel também menciona que houve revisão da regulação para o processo de radioenlaces para otimizar faixas acima de 2 GHz, incluindo "várias faixas de ondas milimétricas". "Recentemente dobramos o multigigabit com sistema wireless na faixa de 57-71 GHz, que pode ser usada em aplicações ponto a ponto e pontuaria", declarou.
Impacto da pandemia
Ao mencionar o leilão de 5G, Nilo Pasquali lembrou que a proposta da área técnica já subiu ao conselho – a relatoria é do conselheiro Carlos Baigorri – e a expectativa é de que seja aprovado em breve. Mas também reconhece que ainda há desafios a serem enfrentados, como a própria precificação após a pandemia do coronavírus.
"O que isso agrega em termos financeiros para a rede móvel? Temos o 3,5 GHz como porta de entrada, e o 26 GHz para muito mais capacidade. Mas como isso se traduz em visão de espectro? Aí entra um fator adicional até, de desconhecimento generalizado, de como isso vai ser usado na prática. Por óbvio que a Anatel não está alheia a todo o cenário macro." Pasquali recordou ainda que, além do impacto da covid-19, a agência trabalha com um leilão não arrecadatório.