O jogo está mudando no mercado de banda larga, afirma Amos Genish, da V.tal

CEO e presidente do conselho de administração da V.tal, Amos Genish acredita que o mercado brasileiro de banda larga está atravessando um momento de grandes mudanças – especialmente para o segmento de provedores regionais.

A avaliação foi feita em entrevista exclusiva ao TELETIME durante a Futurecom, onde a empresa de redes neutras revelou meta de atingir 20 milhões de casas passadas (HPs) com fibra até o final de 2022. "São 5,4 milhões de HPs neste ano", pontuou Genish. "Poucos projetos no mundo podem se comparar com esse volume. Faz parte dos nossos planos fibrar o Brasil o mais rápido possível, pois há muitas oportunidades para fibra de alta qualidade no País". A empresa tem o desafio de chegar a 35 milhões de HPs até o final de 2025.

Entre as razões, a demanda por maiores velocidades na banda larga, que ainda deve acelerar de forma acentuada. "O jogo está mudando. Os Estados Unidos já têm operadoras que vendem 2 e 5 Gbps. A China e o Japão já têm 10 Gbps. Estamos investindo o que investimentos justamente para preparar o Brasil para esses 10 Gbps, que são o futuro em três ou quatro anos, para atender 5G e metaverso".

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O cenário, contudo, traria desafios extra para as provedoras regionais. Primeiro, por peculiaridades do cenário econômico como as taxas de juros elevadas e a impossibilidade atual de IPOs (o que abre espaço para as redes neutras, que exigem menos capital para ativação da banda larga). Depois, por uma avaliação de fim de ciclo feita pelo fundador da antiga GVT.

"Nos últimos sete, oito anos esse vácuo de banda larga em fibra criou oportunidade para muitos ISPs construírem redes em bairros e cidades. Temos milhares deles hoje, mas me parece que esse cenário está mudando desde que as teles acordaram para o potencial enorme que eles perdiam na fibra".

Na soma dos fatores, a avaliação é que o mercado de banda larga segue saudável, como indicam as 4,5 milhões de adições líquidas em fibra calculadas pela V.tal para o Brasil no ano. Do ponto de vista dos preços também haveria expectativa positiva, mas ainda pendente de um guidance mais claro da Anatel para limites na diferenciação tributária entre SVA e SCM, o que equalizaria o cenário competitivo, pondera Amos.

Amos Genish também destaca que a V.tal tem como perspectiva uma possível abertura de capital, mas não é algo para curto prazo. Para este ano, a expectativa da empresa é apenas o ajuste às regras de companhias abertas, incluindo a publicação periódica de balanços, por conta da capitalização via debêntures. A empresa também mantém como foco da expansão o crescimento orgânico, ainda que aquisições pontuais de infraestruturas não estejam descartadas, diz o CEO da V.tal.

Postes

Já o grande obstáculo a ser superado pela cadeia envolve a gestão de postes, segundo Genish. "Temos muito para fazer juntos como setor. Uma das soluções que acreditamos é que há muitos cabos para retirar, que valem bilhões para as empresas. Precisamos ver como elas podem tirar esses cabos e limpar. Depois, temos muitos ISPs usando [postes] sem pagar. Para evitar essa guerra entre os setores de energia e telecom, devemos acertar a casa".

2 COMENTÁRIOS

    • O que adianta ter 10Tbps na última milha se a rede daí em diante é podre? Acabei de sair de um provedor regional que revende conexão à rede da V.tal. A conectividade com qualquer nó fora da região é um lixo completo de baixa performance e alta instabilidade.

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