A disputa com a Oi não foi abordada, mas o passo seguinte após a finalização da aquisição da divisão móvel foi mencionada pelo CEO da América Móvil (controladora da Claro Brasil), Daniel Hajj, na teleconferência de resultados desta quarta-feira, 19. Segundo o executivo, a transação não vai afetar o programa de recompra de ações ou a distribuição para acionistas ao final do ano.
A incorporação da operação móvel da concorrente foi um dos principais pilares do crescimento de receita no balanço financeiro trimestral. Assim, o CEO afirmou que a incorporação da Oi está ocorrendo sem maiores problemas, até pela experiência anterior. "Não acho que há desafio. Estamos preparados para receber os clientes pré e pós-pagos, estamos trabalhando para trazer os clientes para o nosso sistema de bilhetagem. Já fizemos isso com a Nextel e fomos bem sucedidos, temos boas sinergias", destacou.
Hajj também afirmou que o desconto do ICMS também será incorporado no pré-pago, e reiterou que isso será repassado ao consumidor. A expectativa é que esse "desconto" se converta em mais gastos. "Não só no Brasil, mas se você tira impostos de telecom, as pessoas usam mais os nossos produtos. É isso exatamente o que está acontecendo", destacou o executivo.
Ele mencionou que o último pagamento de dividendos em agosto foi de US$ 4,4 bilhões, e destacou que a distribuição total aos acionistas será mantida. O executivo destacou também que a previsão de fluxo de caixa livre está conforme esperado, embora o orçamento para 2023 só vá ser finalizado em novembro. "A redução de custo é importante, e a inflação também, porque aumenta a pressão nas margens", destacou.
Infraestrutura
Em todos os mercados, a América Móvil contabilizou 7,5 milhões de casas com fibra em 12 meses até setembro deste ano. Daniel Hajj colocou que a soma foi "um dos maiores crescimentos" da companhia, e que isso ajuda a fornecer mais velocidade e qualidade na banda larga fixa. Sem revelar proporções, ele diz que parte é de instalações novas (greenfield), parte de atualizações de redes de tecnologias anteriores. No Brasil, a empresa tem realizado essa sobreposição da fibra em lugar do cabo em determinados locais, mas a solução HFC com Docsis 3.1 continua entregando capacidade, como destacou o diretor de operações do segmento fixo da AMX, Oscar Von Hauske Solís.