Em Assembléia Geral Extraordinária (AGE) realizada nesta terça-feira, 18, a maioria dos acionistas de Zain Participações ratificou a contratação de um financiamento de R$ 360 milhões junto ao Itaú BBA, mediante a emissão realizada em 30 de agosto de duas cédulas de crédito bancário (CCBs). Na assembléia, também foi ratificada a celebração na mesma data de 30 de agosto de um contrato de ?penhor de direitos de recebimento de dividendos e outras avenças?. Nos dois itens, representantes dos acionistas Opportunity Fund e Opportunity Lógica votaram contra. Zain Participações é a empresa que está no topo da cadeia de controle da Brasil Telecom.
Os acionistas ligados ao grupo Opportunity reclamaram do fato de a contratação das CCBs ter sido feita sem aprovação prévia por assembléia. Seus representantes propuseram na AGE a abertura de uma ação de responsabilidade civil contra a administração de Zain Participações, mas foram voto vencido.
A emissão de CCBs foi feita em caráter de urgência para rolar a dívida de R$ 361,5 milhões que vencia no dia 30 de agosto. Trata-se de uma rolagem de curto prazo, com vencimento máximo de 60 dias, cujo objetivo é apenas dar tempo para que a companhia consiga aprovar junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a emissão de debêntures conversíveis em ações no valor de R$ 380 milhões. ?Ou fazíamos isso ou a empresa entraria em default?, justifica uma fonte ligada ao controle de Zain.
Escreventes
Na abertura da AGE, chamou a atenção dos acionistas majoritários a presença de uma escrevente enviada pelo Opportunity para registrar em ata de seu cartório todas as manifestações de seus clientes durante a assembléia. Diante disso, os acionistas Investidores Institucionais FIA e Citigroup Venture Capital International Brazil LP também chamaram um escrevente para fazer o mesmo, o que atrasou o reinício da AGE. Foi mais um capítulo no interminável conflito entre os sócios da Brasil Telecom.