Oi amplia geração de caixa operacional negativa em abril

Fachada da Oi no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

O demonstrativo financeiro mensal da Oi durante o mês de abril indicou uma geração de caixa operacional líquida negativa de R$ 629 milhões no primeiro mês do segundo trimestre – em deterioração de R$ 192 milhões frente ao mês de abril.

As informações foram divulgadas nesta semana pelo administrador da recuperação judicial da Oi, o escritório Arnoldo Wald. A deterioração do caixa ocorreu após os recebimentos em abril (R$ 2,141 bilhões) ficarem abaixo da soma de pagamentos (R$ 2,625 bilhões) e investimentos (R$ 144 milhões).

Considerando também receitas não core de R$ 87 milhões e despesas com operações financeiras de R$ 13 milhões (atrelado ao pagamento de juros sobre debêntures), houve redução de R$ 554 milhões no saldo final de caixa da Oi, que totalizou R$ 1,995 bilhão ao fim de abril (redução de 21,7% frente aos R$ 2,549 bi do início daquele mês).

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Alta

Os indicadores foram obtidos mesmo com alta nos recebimentos de 8% frente ao mês anterior (para R$ 2,141 bi). A elevação se deve ao aumento de receitas intercompany classificadas na rubrica "outros recebimentos" (que cresceram 967% e atingiram R$ 363 milhões em março).

Já os recebimentos a partir de clientes caíram R$ 145 milhões, ficando em R$ 1,359 bilhão após baixa de 10%. A justificativa dada pelo relatório foi o menor número de dias úteis em abril (20) ante março (23).

Ainda houve leve alta de 24% na receita com serviços de rede (para R$ 38 milhões), mas queda nos recebimentos oriundos de dealers (menos 8%, para R$ 381 milhões).

Gastos

No caso dos pagamentos, a alta de 26% teve o Programa de Participação de Resultados (PPR) como uma das causas. Pagos em abril, os valores contribuíram para aumento de 158% no dispêndio com pessoal, para R$ 341 milhões.

Já gastos com fornecedores e serviços chegaram a R$ 1,863 bilhão, em salto de 15% (ou R$ 241 milhões a mais), enquanto o pagamento de tributos cresceu 5% (chegando a R$ 448 milhões) por conta de "pagamentos à Anatel de ônus pela autorização da telefonia móvel".

O relatório também contextualizou a queda de 57% nos investimentos da Oi em abril (R$ 144 milhões). Segundo a administração, a redução observada no mês ante março reflete a "nova dinâmica da companhia, na medida que os investimentos na expansão da rede de fibra óptica já não mais estão concentrados nas recuperandas".

De fato, houve queda de 67% nos aportes na Telemar (para R$ 76 milhões) e de 55% na Oi S.A. (R$ 36 milhões), ao passo que o investimento na Oi Móvel cresceu 20% (para R$ 33 milhões).

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