A desenvolvedora brasileira de jogos para dispositivos móveis Uplay vive uma situação sui generis: não consegue vender seus títulos no País. O problema é que o Ministério da Justiça (MJ) não aceita a classificação dos jogos adotada pela Apple e exige que a fabricante do iPhone submeta esses títulos à sua avaliação.
Adriano Rayol, sócio-diretor da Uplay, afirma que Apple e MJ se reuniram há cerca de dois meses, mas não chegaram a um acordo. Enquanto isso, os jogos desenvolvidos no Brasil pela Uplay são vendidos em todo o mundo, menos no Brasil e na Coréia, que também vive esse impasse.
Para driblar o problema, a companhia está procurando um publisher brasileiro que publique o jogo na Apple Store na categoria "entretenimento", que fica fora do controle do MJ. Assim, o mesmo jogo seria publicado pela Uplay na categoria "games" para o resto do mundo e, no Brasil, esse publisher o publicaria na categoria "entretenimento". A Apple não permite que o desenvolvedor publique o mesmo conteúdo em duas categorias diferentes de acordo com a região. O principal mercado da Uplay é o norte-americano, de onde vem de 60% a 70% da sua receita.
Essa nova atividade responde por uma participação de menos de 5% na receita da companhia. Rayol acredita que ao fim de 2011 esse segmento pode atingir uma participação entre 15% e 20% do faturamento. O executivo participou nesta quarta, 18, do 10º Tela Viva Móvel, evento organizado pela Converge que acontece em São Paulo.