Projeto conecta salas cirúrgicas para procedimentos cardíacos em crianças

Foto: Divulgação/InCor

Um projeto inédito no País foi responsável pela realização de 15 procedimentos cirúrgicos cardíacos complexos em crianças do final de 2022 até julho de 2023. Tecnologias colaborativas, como videoconferência, Internet das Coisas (IoT) e até óculos inteligentes são usadas na plataforma Telemonitoramento do Ato Cirúrgico (TAC), desenvolvido pelo Núcleo de Inovação do InCor (InovaInCor).

A ferramenta, desenvolvida pela Cisco, permite que imagens em alta resolução de uma operação sejam transmitidas ao vivo para equipes especialistas do outro lado do País, que podem auxiliar durante o procedimento.

Foi assim que operações feitas por equipes do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA) foram assistidas por especialistas do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP  – HCFMUSP), a quase 3 mil quilômetros de distância.

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Em entrevista ao TELETIME, o líder de digitalização e desenvolvimento de negócios da Cisco, Rodrigo Uchoa, explicou que "o grande objetivo do TAC é a democratização dos serviços médicos especializados". Segundo ele, a ferramenta transforma um grande conjunto de tecnologias em algo que seja fácil de utilizar, para que "qualquer cirurgião" não necessite de treinamentos para lidar com a plataforma.

Conectividade

Dependendo da complexidade do procedimento, a cirurgia pode levar até oito horas para ser concluída. Com o TAC, cerca de 12 sinais de vídeos são transmitidos simultaneamente até a central de controle, para transportar o campo visual da sala de operações. Segundo Uchoa, a quantidade de dados gravados pode chegar a 200 GB. "Mas estamos fazendo ajustes para que isso fique entre 20 GB e 80 GB", contou.

Rodrigo Uchoa (líder de digitalização e desenvolvimento de negócios da Cisco). Foto: Divulgação/Cisco

Ainda assim, a Cisco informou que a própria conexão WiFi das unidades de saúde das capitais foi suficiente para transmitir as imagens em alta resolução sem dificuldade. Apesar da infraestrutura demandar alta capacidade e disponibilidade, segundo Uchoa, "se tiver algum problema na rede de telecomunicações, isso não tem nenhum impacto na cirurgia que está ocorrendo lá no Maranhão".

A coleta de dados pelo TAC é outro ponto relevante para o sucesso dos procedimentos. Informações sobre os equipamentos e o monitoramento do paciente são processados e levados para dentro do centro de monitoramento em São Paulo, através de sensores e plataformas de IoT.  "Então, não estamos falando de cirurgia robótica ou telecirurgia. Estamos falando de observação e colaboração entre as duas equipes", disse o porta-voz da Cisco.

Futuro

O projeto, que recebe apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), quer transformar o TAC numa grande plataforma nacional, capaz de conectar hospitais públicos e privados de diferentes regiões do país. Por enquanto, a tecnologia foi utilizada apenas no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA). Mas de acordo com o InCor, existem duas instituições previstas para aderirem ao projeto nos próximos meses –cujos nomes ainda seguem em segredo. Para o futuro, os idealizadores do projeto pretendem validar a interligação dos dispositivos sob redes de acesso 5G.

Equipe do Instituto do Coração, em São Paulo, monitorando ao vivo cirurgião no Maranhão através do TAC. Foto: Divulgação/InCor

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