Com CDNs, peering e cashing, Live TIM quer agregar serviços de vídeo online

A TIM sempre deixou claro que sua estratégia para a banda larga fixa não é convergente, procurando não apresentar sua oferta em combos, tanto com a telefonia móvel quanto para uma possível solução de TV paga. Mas isso não significa que a companhia não esteja investindo em vídeos – pelo contrário. A operadora tem como estratégia montar uma infraestrutura robusta de cashing transparente, serviços de rede de distribuição de conteúdo (CDN) e acordos de peering para que o usuário possa desfrutar de plataformas over-the-top (OTT), como YouTube e Netflix. Além disso, não descarta agregar tudo isso em uma plataforma conectada à TV, como um set-top box.

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Para que isso seja possível, a operadora espera que haja uma mudança de comportamento, como aconteceu em mercados maduros como os Estados Unidos, onde o tráfego de compartilhamento de arquivos (mais notoriamente vídeos) peer-to-peer (p2p) diminuiu sensivelmente nos últimos anos. "Lá as pessoas não estão mais baixando conteúdo, elas procuram assistir no Netflix ou Hulu", explica o presidente da TIM Fiber, Rogério Takayanagi. Hoje, o p2p é responsável por 30% de todo o tráfego de downstream da Live TIM, enquanto conteúdos de áudio e vídeo são 29%. Em upstream, o p2p é, de longe, o que mais consome banda: 83%, contra 2% para áudio e vídeo. Em termos de page hits por dia, o Netflix aparece em sétimo colocado, enquanto o YouTube fica em 13º.

A TIM quer mudar isso. Para tanto, a estratégia é investir na experiência com os OTTs, tornando-se um agregador em vez de oferecer serviços próprios, como fazem a GVT, Telefônica/Vivo e Net. "Não queremos ser um SeAC (Serviço de Acesso Condicionado), não compramos conteúdo. Queremos ser o tubo mais inteligente no mercado, então estamos fazendo toda a engenharia de CDNs, cashing e peering", afirma Takayanagi.

A empresa trabalha para no quarto trimestre oferecer uma forma de agregar melhor os OTTs. "Estamos estudando bastante dentro de casa, temos uns pilotos, uns laboratórios", revela. Ou seja, a TIM pretende levar à TV da sala do consumidor a melhor experiência possível com os conteúdos over-the-top. Apesar de não terem tomado a decisão ainda de construir um modelo de negócios para levar uma caixa ao cliente, ela garante que já está preparada. "Gostamos do modelo da Apple TV e ainda estamos fazendo a conta para isso", explica o presidente da TIM Fiber. "Ter um box faz sentido, mas é algo que precisa ter tempo. Faz sentido porque não estou gastando dinheiro, o usuário quer e me ajuda a vender a banda larga. São estímulos estratégicos." Mas ele reitera: "Nosso negócio não é subsidiar set-tops e nem comprar conteúdos".

A operadora já está conversando com diversas empresas do tipo que estão procurando entrar no Brasil, embora não revele quais são. Além disso, há o reforço com as parcerias já feitas. "Já temos peering direto com a Netflix, e agora vamos começar a trazer cada vez mais conteúdo pesado para a gente", diz Takayanagi. "O hábito vai mudar do bit torrent para o online. Hoje o (usuário da) Netflix ainda assiste no tablet ou computador, mas com Smart TVs isso vai mudar bastante." Dentro da estratégia também estão "mais de 150 canais de TV na Internet", que são feeds de canais abertos lineares oferecidos pela rede.

Queixas com a concorrência

Na visão da TIM, as ofertas em combo não são tão vantajosas quanto aparentam. Tanto que a empresa já procurou o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) para reclamar da publicidade de outras operadoras. "Já ganhamos contra nossos concorrentes, mas o pessoal está meio lento em se adequar, o que é um grande desrespeito, uma publicidade enganos", afirma o executivo. A TIM sugeriu ao órgão que as empresas colocassem o preço inteiro do combo, e não apenas o da banda larga em promoção. "É um trabalho grande de 'descombar'; ou que haja clareza", determina.

Evento

Rogério Takayanagi é um dos palestrantes da sessão dedicada a discutir o impacto das plataformas IP na distribuição de conteúdos que acontece durante a ABTA 2013, entre os dias 6 e 8 de agosto, em São Paulo. O painel conta ainda com o diretor de vídeo da Telefônica/Vivo, Rafael Sgrott, e Mark Jensen, VP Cable Sales Development da  Ericsson, empresa que recentemente adquiriu a plataforma de IPTV Mediaroom, da Microsoft. Mais informações pelo site www.abta2013.com.br

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