A manutenção do volume de dividendos pago pela Vivo a acionistas nos últimos anos pode passar por alternativas como uma redução de capital da empresa, avaliou o BTG Pactual em relatório sobre a tele.
"Com as taxas de juros devendo permanecer altas em 2023, não esperamos que o lucro líquido da Vivo aumente muito em relação ao ano passado, provavelmente levando-a a pagar dividendos mais baixos em 2023 versus a média dos últimos anos", projetou o banco.
Na ocasião, o BTG estimou R$ 4 bilhões em dividendos neste ano, contra R$ 5 bilhões em 2022 e R$ 6 bilhões por ano entre 2019 e 2021. A avaliação é que a distribuição dos valores voltará a tais níveis em 2024, mas que no momento o mercado já precifique a redução. "O desempenho das ações da Vivo está correlacionado com seu lucro líquido e, consequentemente, seus dividendos", afirmou o relatório.
Neste sentido, algo sugerido pela instituição financeira é uma redução de capital como forma de aumentar o pagamento dos acionistas e o próprio preço das ações (que desvalorizaram 16% desde o meio de 2022, nota).
"A Vivo tem R$ 64 bilhões em capital e poderia operar o negócio com muito menos. Porém, como concessionária de telefonia fixa, além de aprovação do conselho e de acionistas, ela precisaria solicitar autorização da Anatel para reduzir seu capital", afirmou o BTG. Mesmo acreditando que a reguladora daria o sinal verde dentro de 180 dias, o aspecto regulatório tornaria a operação complexa, avalia o banco.
Para o trimestre final de 2022, a expectativa da casa é de resultados decentes para a tele, com alta de quase 10% nas receitas de serviços, crescimento do Ebitda e no segmento fixo, mas com queda ligeira na margem. O lucro líquido esperado para o quarto trimestre é de R$ 1,1 bilhão.