Futuro dos games está em tablets e smartphones, diz diretor da Gameloft

O futuro dos jogos pode estar em smartphones e tablets, segundo declarou nesta quarta, 16,  o diretor de vendas da Gameloft, Sylvain Baudry. Para ele, ainda é preciso aprimorar as formas de monetização dos apps. Segundo Baudry, mais de 40% das receitas da Gameloft atualmente vêm de vendas em smartphones e, dentro desse universo de faturamento, mais de 50% vêm na forma de micropagamentos, como compras de bens virtuais dentros dos apps (in-app purchase). Ele participou da 11a edição doTela Viva Móvel, que acontece esta semana, em São Paulo.

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Segundo Baudry, a empresa teve alta de 59% nas vendas de jogos para smartphones e tablets em relação ao ano anterior, e já possui um total de 45 milhões de usuários mensalmente ativos. Outro dado interessante apresentado por Baydry: 40% das pessoas que jogam freemium games fazem micropagamentos In-App e mais de 80% das receitas da Gameloft com jogos para iOS e Android vêm de micropagamentos.

“Hoje, é possível fazer um jogo para o Galaxy SIII com a mesma qualidade de um console de videogame. No Windows Phone 8, já há mesmo a possibilidade de convergência com o Xbox”, disse ele, revelando que a Gameloft está trabalhando em projetos de jogos multiplataforma semelhantes aos do Windows Phone/Xbox. Outra novidade é um projeto em andamento com a Samsung para o desenvolvimento de jogos com suporte tanto em smartphones quanto em TVs conectadas.

Monetização dos games: um desafio

O modelo de monetização dos games móveis se torna mais complexo à medida que o mercado evolui. Até 2008, quando predominavam os chamados feature phones (telefones móveis com algumas funções adicionais), havia  um modelo mais restrito em todos os aspectos: os portais das operadoras eram a única porta de entrada, e só havia um único modelo de negócios para os desenvolvedores, que era de repartir suas receitas (revenue share) com as operadoras.

“Após o lançamento do iPhone, todo esse quadro mudou. Há smartphones e múltiplas lojas, além das lojas das operadoras, que continuam importantes e se tornam mais modernas e competitivas", afirmou Baudry. Isso traz à tona a discussão sobre novos modelos de negócio e monetização de apps. O problema do acesso ao cliente parece ter sido resolvido: enquanto no modelo tradicional apenas 5% dos usuários de telefones móveis baixavam aplicativos, a disponibilização de apps gratuitos permite avançar sobre essa fatia do mercado. O problema que surge, portanto, é como fazer desse novo modelo um modelo sustentável. 

“Nossa ideia não é só ter milhões de downloads: é monetizar esse conteúdo. Hoje nós temos algumas possibilidades, dentre as quais o in-app purchase, com a compra de virtual goods. São formas de fazer o cliente gastar dentro do game. Outra forma é inserir publicidade dentro do app, o que alguns consideram invasivo, mas que não deixa de ser uma forma de monetizar”, diz. 

Fazer esse modelo funcionar, contudo, não é simples, quanto mais em um país como o Brasil, em que somente uma pequena parcela da população tem cartões de créditos aptos a comprar na internet. A saída, para Baudry, é a cobrança pela conta telêfonica, para o que torna-se fundamental ter acesso às APIs das operadoras de telefonia celular.

“Ter acesso às APIs das operadoras é a chave do sucesso nesse ramo. Estamos falando de um País em que a penetração de telefones celulares é massiva, há muito mais gente com telefones celulares do que com cartões de crédito”, diz ele, para quem ainda há que se trabalhar melhor em um modelo de negócios para a área. “O modelo de revenue share com as operadora ainda é imperfeito. O share cobrado (pelas operadoras) é muito maior do que o cobrado pelas lojas de app, como a App Store ou a Google Play. Mas, uma vez encontrado um modelo que seja justo para os dois lados, esse é o caminho a seguir”, afirmou o diretor da Gameloft.

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