Carla Cico evita responder perguntas de procuradores

A ex-presidente da Brasil Telecom, Carla Cico, confirmou em depoimento prestado à 5ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, nesta terça, 16, que contratou a Kroll para obter informações. Mas apenas, segundo ela, a respeito do prejuízo causado pela Telecom Italia à Brasil Telecom na operação de compra da operadora CRT, do Rio Grande do Sul. É o mesmo discurso que a executiva e o grupo Opportunity mantêm desde que o Caso Kroll veio a público.
Em relação aos grampos ilegais ? que segundo o Ministério Público Federal (MPF) teriam sido contratados junto à empresa para espionar empresários, integrantes do governo e jornalistas ? Carla Cico afirmou que nunca investigou qualquer pessoa, física ou jurídica.
De acordo com Carla Cico, a contratação da Kroll foi lícita. Pelo serviço, a empresa americana teria recebido ?alguns milhões de dólares?. Ela afirmou que o prejuízo causado pela Telecom Italia teria sido de cerca de US$ 1 bilhão.

Notícias relacionadas
O depoimento de Carla Cico foi um dos mais curtos entre os tomados pela Justiça Federal no caso Kroll. Orientada por sua advogada, que também defende o banqueiro dono do Opportunity, Daniel Dantas, ela se negou a responder qualquer pergunta da procuradora da República responsável pelo caso, Anamara Osório Silva de Sordi, ou dos representantes da acusação. Respondeu apenas às perguntas do juiz Silvio Luiz Ferreira da Rocha e deixou o prédio da Justiça após três horas de audiência.

Ordem desconhecida

Em abril de 2005, a Polícia Federal apreendeu documentos no escritório do espião Avner Shemesh. Entre eles, havia relatórios com informações sobre jornalistas e empresários desafetos de Daniel Dantas. Na última segunda-feira, 15, em depoimento à Justiça Federal, ele afirmou que tais papéis não pertenciam a ele.
Shemesh, de acordo com denúncia do Ministério Público Federal (MPF), teria sido contratado por Dantas para espionar seus inimigos. O israelense nega as acusações e disse não ter qualquer ligação com Dantas. Os documentos apreendidos em seu escritório teriam sido enviados a ele por uma pessoa que não se identificou, segundo seu depoimento.
Depois da chegada de tais relatórios, Shemesh afirma ter recebido telefonemas de uma pessoa que teria pedido a ele para espionar todos os indicados nos documentos. Várias ligações se sucederam até que ele teria, segundo informou no depoimento, se negado a realizar o serviço. Mas o israelense informou não saber quem o procurou.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!