Quinze dias antes do prazo de 30 de junho definido pela Anatel para o início da implantação da quarta geração, a Claro inaugura sua rede 4G nas cinco cidades-sede da Copa das Confederações que lhe faltavam: Brasília, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza, onde a rede foi inaugurada nesta quarta, 16. Em Recife, que também sediará o evento, a operação 4G se iniciou em dezembro do ano passado.
Juntamente com as seis cidades-sede, a empresa tem mais cinco onde a rede já está funcionando: Campos do Jordão, Paraty, Búzios, Curitiba e Porto Alegre – sendo que as duas últimas serão sede da Copa do Mundo onde, pelas regras da Anatel, a rede deve estar disponível até dezembro de 2013.
Segundo o presidente da operadora, Carlos Zenteno, foram implantados, em dez meses, 940 sites. O investimento em rede até agora foi de R$ 510 milhões. Zenteno comparou o lançamento com os maiores feitos já realizados na área das telecomunicações, como a primeira transmissão de TV em 1948, a primeira transmissão via satélite no Brasil em 1985 e a primeira ligação de um telefone móvel em 1990. Se a implantação do 4G terá o mesmo significado histórico desses acontecimentos, só o tempo dirá. O fato é que o 4G permite atingir velocidades da ordem de 40 Mbps de download (como atestou um teste de velocidade via speedtest.net realizado no evento de divulgação da nova tecnologia em Brasília), o que significa a possibilidade de assistir via streaming a vídeos em alta definição, jogar online e realizar várias videochamadas simultaneamente, por exemplo. Vale dizer que no teste feito pela companhia, muito provavelmente não havia nenhum outro cliente 4G nas imediações, o que sem dúvida contribui para que velocidades mais elevadas fossem atingidas. A Claro contudo diz que vai trabalhar para que a rede não sofra grandes degradações com o ingresso de um número maior de usuários, e aposta no fato de ter 40 MHz de banda e boa parte dos sites conectados com fibra como forma de garantir a performance.
Zenteno diz que a capacidade instalada está preparada para o grande fluxo de usuários da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, e afasta a possibilidade de os usuários se frustrarem com o serviço como aconteceu com o 3G. "A situação do 3G foi causada por uma demanda muito rápida que era mais pela banda larga do que pelo smartphone. Ao longo dos anos foi melhorando e estamos cumprindo todos os indicadores da Anatel", afirma ele. "O 4G tem capacidade suficiente para garantir o crescimento do primeiro ano. Tem muita margem para crescer porque a rede está preparada para os eventos mundiais", completa.
A cobertura nas 11 cidades onde existe o serviço é de "80% a 90% das áreas principais", nas palavras de Zenteno, o que segundo o presidente da operadora atinge a meta de 50% da área urbana do município estabelecida pela Anatel no edital de venda das faixas. Em relação ao compartilhamento, Zenteno explica que toda a infraestrutura que está sendo implementada está sendo compartilhada e, na Claro, pouco mais de 30% dos sites da operadora são compartilhados. A parceira é a Vivo. A Oi e a TIM já firmaram um acordo de compartilhamento para 4G.
Planos
A Claro não criou planos novos para a quarta geração. Manteve os seus mesmos pacotes de tráfego de dados já comercializados para o 3G com os mesmos preços, mas aconselha que o cliente 4G tenha pelo menos uma franquia de 5 GB por mês. A velocidade é aberta, ou seja, poderá atingir picos de 40 Mbps como demonstrado ou cair bastante se a rede estiver congestionada, ainda que contratualmente, para fins regulatórios, a velocidade comercializada seja de 5 Mbps. "Estamos deixando a rede liberada para que o cliente possa chegar ao limite (do que estiver disponível). Não estamos cobrando mais caro pelo pacote de 4G MAX, mas recomendamos um pacote de 5 GB de franquia para cima", diz Zenteno. O plano mínimo para uso em smartphone varia de 10 MB a 10 GB. Para uso em tablets ou computador – via minimodem – os planos vão de 100 MB a 10 GB.
A operadora oferece (em todas as lojas do Brasil) quatro dispositivos compatíveis com o 4G – três smartphones e um minimodem. O Nokia Lumia 820, com sistema operacional Windows Phone, sai por R$ 549 no plano de 200 MB. Já o Motorola RAZR sai de graça no plano 600 MB e o Samsung Galaxy S III sai por R$ 939, também no plano de 600 MB para os clientes que portarem seus números de outra operadora. A placa de dados – fornecida pela Huawei – sai por R$ 199 no plano de 5 GB. Em maio deve chegar o primeiro Blackberry Z10 com 4G ao portfólio da operadora.
