Previ não recebeu proposta da Orascom, diz Rosa

Não foi encaminhada à Previ até agora nenhuma proposta por parte da Orascom de compra de sua participação acionária na Brasil Telecom (BrT), informou o presidente do fundo de pensão, Sérgio Rosa. A Orascom é uma operadora egípcia que estaria negociando com o Opportunity e com a Telecom Italia, por intermédio de Naji Nahas, a compra de suas respectivas participações minoritárias na BrT.
Sobre venda da Telemig Celular, Rosa disse que não tem informações a respeito de propostas, pois o tema é conduzido pelo Angra Partners, que administra o fundo de investimentos que aplica na companhia.
Em relação à Telemar, o executivo deixou claro que a participação da Previ não está à venda. Quanto à idéia de fusão com a BrT, ele repetiu o mesmo comentário de outros executivos ligados às duas operadoras: não há nenhuma movimentação política no sentido de alterar a legislação para permitir tal negócio.

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Vale lembrar que a Previ precisa reduzir para 50% a participação de renda variável em sua carteira de investimentos até 2012. Ao fim de 2006, essa participação era de 63,7%. Rosa disse que a previsão para 2007 é de retirar aproximadamente R$ 3 bilhões da renda variável, mas não detalhou onde acontecerá esse desinvestimento. Ao todo, a Previ tem R$ 67,5 bilhões aplicados em renda variável.

Put

A respeito do acordo de put firmado com o Citibank, pelo qual os fundos de pensão se comprometem a comprar a participação do banco americano na Brasil Telecom e Telemar caso não surja outro comprador até novembro de 2007, Rosa disse que o assunto será avaliado em conjunto com o Citibank, quando chegar mais perto do vencimento. Os fundos terão que pagar cerca de R$ 1 bilhão pela BrT e outros R$ 300 milhões pela Telemar, mas para que a put possa ser exercido pelo Citi é preciso que algumas condições estejam atendidas, tal como não haver riscos com o acordo "umbrella", um contrato criado pelo Opportunity que vincula as participações dos fundos nas empresas à vontade de Dantas. Por enquanto, o acordo "umbrella" ainda é um risco.

Auditoria na Telemig

Sobre eventuais prejuízos financeiros causados pela gestão do Opportunity na Telemig Celular e na Amazônia Celular, o presidente da Previ disse que a orientação dos novos administradores das duas operadoras é a mesma daqueles da Brasil Telecom: realizar auditorias sobre a atuação dos antigos gestores e encaminhar os indícios de eventuais irregularidades para a CVM. ?Não se trata de uma exigência da Previ, mas de uma obrigação dos novos administradores?, disse Rosa. Na BrT, a auditoria rendeu alguns processos abertos no começo de 2006 contra ex-diretores e fornecedores (nenhum ainda com resultado prático) e duas representações à CVM. Ainda não há, contudo, informações sobre o andamento de tal auditoria na Telemig e na Amazônia Celular, cujo controle foi retomado por fundos de pensão e Citibank em outubro passado. Ao que se sabe, a nova diretoria optou por não entrar com ações contra o Opportunity porque não conseguiu identificar, até aqui, indícios que considerasse significativos de problemas na gestão de Daniel Dantas.

Balanço

Em 2006, a Previ teve o quarto ano consecutivo de superávit. Só no ano passado, o superávit foi de R$ 15,9 bilhões. Em quatro anos, a Previ acumula um superávit de R$ 34,8 bilhões. O patrimônio consolidado do fundo de pensão alcançou R$ 106 bilhões no fim de dezembro ? ao fim de 2005 era de R$ 83,1 bilhões. O principal responsável pelo crescimento foi o segmento de renda variável, cuja carteira da Previ se valorizou 47,1% em 2006, subindo de R$ 49,9 bilhões para R$ 67,4 bilhões. Merece destaque também o pagamento de benefícios em 2006, que somaram R$ 4,6 bilhões.

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