As oportunidades e os desafios de monetização no 5G, na visão da Ericsson

Imagem: Ericsson/Divulgação

A Ericsson divulgou nesta quinta-feira, 15, a segunda edição do Business Review, relatório que explora as oportunidades de monetização da rede 5G e que mostra as iniciativas dos provedores de serviços de comunicações (CSPs) para impulsionar os negócios. Ao observar a indústria, a empresa nota que há quatro tendências emergentes em 2024. 

A primeira delas é a banda larga móvel aprimorada (eMBB, em inglês), que já tem norteado a estratégia de muitas operadoras. Considerada uma versão superior e mais eficiente do 4G, ela ainda segue as mesmas características de monetização da rede de quarta geração.

Por outro lado, a banda larga aprimorada pode entregar mais eficiência para as operações de rede, que passam a contar uma capacidade superior a 10 vezes e melhora a eficiência energética em 30%, quando comparado com o 4G. O resultado é uma geração maior de valor a cada dólar investido, avalia a Ericsson.

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A segunda das tendências apresentadas pela companhia diz respeito às oportunidades de conexão sem fio (FWA) e WAN sem fio. Neste ponto, o alvo é a banda larga residencial e as clientes corporativas de grande porte. De acordo com a Ericsson, é possível desenvolver novos 'pools' para provedores de serviços com aumento da receita por usuário (ARPU), em relação aos serviços móveis de banda larga tradicionais.  

No terceiro ponto, despontam as soluções de conectividade diferenciadas. Essas soluções podem ser inseridas com a oferta de redes privadas para grandes empresas ou por meio do uso das redes 5G autônomas públicas (SA), para prover serviços diferenciados para usuários ou companhias.

"Para indústrias, as redes privativas 5G estão impulsionando a transformação digital, permitindo a inovação e a criação de valor em microambientes, como fábricas ou minas", aponta o relatório. "Nos espaços de consumidores e empresas, as capacidades das redes públicas, com fatiamento da rede (Slicing), apresentam oportunidades para os prestadores de serviços atingirem novos 'pools' de valor, com soluções personalizadas de conectividade para emissoras de TV, lojas pop-up, espectadores em grandes eventos e gamers."

A quarta tendência é o direcionamento da inovação e o crescimento do ecossistema por meio das interfaces programáveis, as chamadas APIs de rede. Para a industrialização dos casos de uso em larga escala, é necessário contar com um sólido ecossistema de dispositivos confiáveis e de alta performance, algo ainda ausente no momento.

"Uma vez que estes elementos estão colocados e a habilidade de expor e programar redes está disponível, abre-se o potencial para acessar novas oportunidades de valor, permitindo aplicações de desenvolvedores a inovarem em larga escala", entende a Ericsson.

Primeiro passo

O vice-presidente executivo e head de rede da fornecedora, Fredrik Jejdling, afirma que o primeiro passo para a geração de valor no 5G foi dado, mas que isso ainda se encontra nos estágios iniciais. 

"Olhando para trás, podemos ver como a implantação do 4G, juntamente com um ecossistema global de dispositivos, lançou as bases para a economia dos aplicativos, viabilizando os atuais negócios de banda larga móvel. Aproveitar as capacidades em evolução das redes 5G para criar novos conjuntos de valor será essencial para que os prestadores de serviços alcancem um crescimento rentável", diz Jejdling no documento.

Desafios para os provedores

Segundo a publicação, 290 provedores de serviços já lançaram serviços comerciais de 5G, sendo 40 com serviços baseados na tecnologia autônoma mais avançada – como é o caso do Brasil.

Contudo, até o final de 2023, a banda média do 5G havia sido implantada em apenas 30% dos locais com 4G espalhados pelo mundo. E a adesão global à assinatura 5G atingiu 1,6 bilhão, o que corresponde a 18% de assinaturas móveis.

Em meio à sempre acirrada disputa no mercado de telecom e a penetração de assinaturas acima 100%, o primeiro dos entraves é o cenário econômico mais delicado. Assim, a inflação e os custos crescentes com a operação para a manutenção da rede é um dos problemas. Como consequência, as margens das empresas estão mais apertadas, o que força os provedores de serviços a buscarem novas alternativas lucrativas de crescimento.

Por outro lado, há sinais positivos com o crescimento das receitas com serviços, indica o documento. "Ao longo dos últimos 3 anos, de 2020 a 2023, as receitas globais de serviços móveis aumentaram em cerca 15% no total, ou 4,6% por ano. Esta é uma mudança significativa de trajetória, após anos de declínio da receita de serviço."

De acordo com a Ericsson, o crescimento da receita média por usuário (ARPU) indica uma demanda "sólida" por serviços de telecom. Desde 2020, o ARPU global cresceu a uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR, em inglês) de 1,7% ao ano, cerca de 5% no no total. O CAGR é usado para avaliar o crescimento médio anual de determinado investimento.

Uma das explicações é a mudança do mix de assinaturas no pré e pós-pago, com a fatia de assinaturas pós-pagas de alto valor subindo de 33% para 36% no período.

Além disso, na busca por lucratividade, os provedores devem continuar explorando formas inovadoras de vender serviços de dados móveis junto a um amplo ecossistema de desenvolvedores de aplicativos, fabricantes de devices e sistemas integradores. 

Neste ponto, o início da implantação das redes 5G, o aumento da adesão às assinaturas de quinta geração e o crescimento das receitas com serviços móveis são vistos como o começo de uma "longa jornada", na qual os provedores deverão ter papel "vital" na entrega de valor para empresas e consumidores.

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