"É preciso que a regulação saia do 'piloto automático'", alerta Vodafone

O aumento exponencial no volume de dados trafegados em redes móveis é um problema que vem preocupando operadoras de telecomunicações em todo o mundo. Reunidos no painel "View from the Top", que abriu a sessão de debates do segundo dia do Mobile World Congress 2011, executivos das operadoras reconheceram que o problema e pediram garantias de retorno sobre o investimento necessário para ampliar a capacidade de transmissão das redes móveis e oferecer maiores velocidades aos clientes.
De acordo com o CEO da Vodafone, Vittorio Colao, o tráfego de dados móveis cresceu 44% em 2010 em relação ao ano anterior na rede da operadora e "é preciso que a regulamentação saia do 'piloto automático' e passe a ser mais voltada para uma política industrial".
Na América Latina, o crescimento médio do tráfego de dados móveis na última década foi de 47% ao ano, segundo estimativas do CEO da América Móvel, Daniel Hajj. "Estamos vivendo agora uma grande expansão do 3G e a América Latina deve chegar a 2014 com 150 milhões de assinantes e uma penetração de 125%", avalia. Atualmente, a Região soma mais de 65 milhões de pessoas com acesso a dispositivos com acesso a dados, mas Hajj lembra que há ainda 540 milhões de pessoas sem acesso. "Serão mais de 350 milhões de smartphones conectados nos próximos cinco anos e nossos principais desafios serão fazer com que as redes consigam suportar o tráfego e garantir cobertura dos serviços à grande parte da população a preços acessíveis. Não é apenas uma questão técnica, é de modelo de negócio", pontua.

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Segundo o chairman e CEO da Telefônica, César Alierta, entre 2010 e 2014, o total de usuários de banda larga na região deve se expandir em 6,6%; com um crescimento de 31% na banda larga móvel e 11% na fixa. "Até 2014 o tráfego deve crescer seis vezes e, até lá, cerca de 91% desse volume será tráfego de vídeo. Será preciso muito investimento, e quem vai investir?", questiona. Ele citou os investimentos necessários em backhaul e backbone: "É preciso lembrar que toda estação radiobase precisa estar conectada a uma rede fixa e a regulação atual não garante os investimentos adequados", criticou. "Precisamos de um novo modelo de negócios para sustentar os investimentos que serão necessários e de suporte das agências reguladoras para permitir a recuperação desses novos investimentos."
Também com o discurso alinhado, o chairman e CEO da AT&T, Randall Stephenson disse que a regulação precisa ser leve. "Estamos falando de investimentos de mais de cinco anos e precisamos de um ambiente regulatório previsível. É isso o que estamos buscando", conclui.

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