AALTO procura local no Brasil para estabelecer 'aeroporto' de HAPS para as Américas

Drone da AALTO para conectividade em altitudes elevadas

A AALTO Haps, uma empresa da Airbus para comunicação estratosférica (por meio de aeronaves autônomas que funcionam como ERBs em alta altitude) quer ter o Brasil como porto de lançamento. Esta semana, uma delegação da empresa esteve no Brasil e esteve com diferentes ministério, órgãos de controle aéreo e reguladores. Segundo Christopher Casarrubias, vice-presidente de assuntos regulatórios da empresa, a razão para a preferência pelo Brasil é se dá por uma conjunção de fatores. "O mais importante é o clima, porque o nosso Aalto-port (uma espécie de aeroporto de lançamento das aeronaves) precisa de condições climáticas ideais e pouco comuns, porque a aeronave precisa decolar e leva cerca de 10 horas até atingir a estratosfera. O Nordeste brasileiro tem essas condições", explica ele. O outro porto de laçamento da Aalto já foi anunciado, e ficará no Quênia, na África.

Mas não é apenas o clima que determinará a localização. Também é necessário que seja uma reguião pouco povoada, para minimizar riscos, mas precisa ter uma infraestrutura com cidades próximas, para abrigar as equipes que trabalham na operação, logística para transporte de equipamentos, conectividade, baixo tráfego aéreo e com bom controle de terra, mão-de-obra qualificada entre outras condições. O Brasil tem tudo isso, segundo a Aalto, e ainda outras vantagens: tem a possibilidade de servir de vitrine para múltiplos cases de utilização das aeronaves, seja para comunicação em áreas remotas e no campo, seja para observação da terra (com projetos de segurança de fronteira, acompanhamento de desmatamento, agricultura de precisão…). "O Brasil tem as condições ideais e todas as possibilidades de uso que queremos explorar comercialmente, por isso estamos tão empenhados em trazer o Aalto-porto para cá", diz o executivo. 

O projeto da AALTO prevê o lançamento de aeronaves autônomas movidas a energia solar que são capazes de operar por mais de 60 dias sem precisar pousar. Essas aeronaves, extremamente leves e frágeis, ficam na extratosfera terrestre (cerca de 20 km de altitude, o dobro da altitude de cruzeiro média de aviões), onde estão livres de intempéries e permitem uma grande visada de cobertura. Cada aeronave pesa cerca de 75 kg, incluindo o payload, que pode ser uma ERB de comunicação 4G ou 5G, ou equipamentos de observação. Mas são aeronaves enormes, com dezenas de metros de envergadura, que precisam de pista e condições especiais de pouso e decolagem.

Notícias relacionadas

Estas aeronaves são construídas e montadas no reino unido, e depois de testadas são desmontadas e precisarão ser transportadas e remontadas no Brasil. A ideia da AALTO, diz Christopher, é tornar no longo prazo o Brasil em um centro que possa incluir a fabrigação de pelo menos parte dos equipamentos. "O Brasil tem uma indústria aeroespacial forte e mão-de-obra qualificada".

A AALTO planeja estar com o porto de decolagem pronto em 2024 para no final do próximo ano, ou início de 2025, iniciar as operações. O Brasil seria o centro para todas as operações nas américas, ainda que uma aeronave possa voar do Brasil para a Austrália em apenas dois dias. "Não precisamos de muitos ceenrosde lançamento porque as aeronaves têm longo alcance, mas precisamos das condições ideiais", diz Casarrubioas.

A empresa trabalha em parceria com empresas de telecomunicações nas operações de conectividade, e segundo Christopher Casarrubias, as conversas com os operadores devem começar a partir do começo do ano, assim que a questão do centro de lançamento estiver resolvida. "Nós não competimos com as operadoras. Ao contrário, somos uma alternativa de cobertura, pois uma aeronave pode substituir até 20 torres de longo alcance. É a solução ideal para algumas regiões". 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!