O contrato de dez anos firmado entre a Vivo e a nova empresa provedora de rede no atacado FiBrasil (que tem a operadora e o fundo canadense CDPQ como sócios) tem um valor total estimado que ultrapassa os R$ 15 bilhões.
As cifras constam em comunicado sobre transações entre partes relacionadas protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no último dia 12. Acordos de prestação de serviços da operadora à empresa de atacado também foram celebrados.
No caso do contrato principal, está prevista a "prestação de serviços, pela FiBrasil à Vivo, de telecomunicação por meio da utilização de rede neutra FTTH em tecnologia PON". A operadora terá seis meses de exclusividade comercial sobre as redes, tendo como contrapartida um compromisso mínimo agregado de take-up.
O contrato possui um valor total estimado de R$ 15,357 bilhões e prazo de vigência de 10 anos por cidade, com possibilidade de renovação por dois períodos consecutivos de cinco anos.
Outros acordos
Em paralelo, a Vivo será responsável por suportar a operação da FiBrasil mediante prestação de serviços (como operação e manutenção de redes, TI, logística e 'site hunting') e contratação de terceiros até que a nova empresa esteja totalmente operativa.
Este contrato possui um valor total estimado de R$ 340 milhões e vigência de 12 meses a partir da data de sua assinatura, com a possibilidade de renovação por dois períodos consecutivos de três meses.
Outro acordo – avaliado em R$ 207,8 milhões – trata das condições para compartilhamento de pontos de fixação em postes, e tem vigência inicial de quatro anos. Nele, as mesmas condições dos acordos estabelecidos pela Vivo com cada uma das concessionárias de energia serão replicadas à FiBrasil.
Por último, a Vivo também ficará responsável pelo planejamento estratégico de gestão de redes da parceira, em acordo de R$ 69,5 milhões com vigência de 36 meses.
Neste caso, haverá acompanhamento das negociações com prefeituras e elétricas e monitoramento de obras de rede de fibra da FiBrasil, assim como a certificação de construção dos homes-passed (HPs) dentro dos padrões estabelecidos. Sob os termos, a Vivo e a FiBrasil devem definir em conjunto os projetos de expansão.
No último dia 2, a FiBrasil anunciou formalmente o início de suas operações no país, destacando uma estrutura própria de 150 funcionários, um CEO próprio (ainda não anunciado) e o primeiro contrato (agora detalhado) com a Telefônica. Por R$ 1,8 bilhão, o CDPQ tem 50% da joint-venture.