O processo de inclusão das unidades escolares passa também por uma literacia digital de professores e alunos no uso da tecnologia. Este é o consenso entre os participantes do debate que discutiu conectividade com qualidade e acessível, no Painel Telebrasil Summit 2023, que aconteceu na tarde desta terça-feira, 12, em Brasília.
Renato Gasparetto, Vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Vivo, apontou que a escola é um ambiente de segurança, com forte impacto na sociedade ao seu redor e que, por isso, a conectividade é um elemento importante, mas é preciso capacitar alunos e professores para que a infraestrutura ali colocada funcione com suas potencialidades.
Ele destacou que a operadora Vivo oferece, por exemplo, um curso piloto de ciência de dados em três estados da federação. "Temos observado um grande retorno dos jovens que participam do curso. Notamos um grande interesse dos jovens no tema", apontou Gasparetto. "A digitalização é inclusão social e de trabalho também", prosseguiu.
Maximiliano Martinhão, Secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações destacou que além da literacia digital, é preciso assegurar internet para todos. Dessa forma, Martinhão disse que o Brasil precisa enfrentar o obstáculo de levar Internet para os 10% dos domicílios brasileiros que não tem acesso a Internet. "Eu acho que este é o maior desafio. Isso é mais difícil do que chegar aos 90% que chegamos hoje", disse.
Ele defendeu a elaboração de um conjunto de ações para termos o que se pode chamar de uma conexão significativa para todos, inclusive para as escolas. "O governo federal deve lançar em breve uma estratégia nacional de educação conectada. Isso envolve a criação de um sistema, que envolve todos os entes da federação", afirmou Martinhão.
O tema da conectividade tem relevância no governo, tanto que atualmente, está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ressaltou o secretário do MCom.
Sobre o tema da literacia digital, Maximiliano Martinhão defendeu um modelo que estimulasse o isso adequado das ferramentas, sem deixar de lado o conhecimento necessário básico para os alunos.
O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP), a conectividade é uma necessidade essencial de competitividade, combate às desigualdades, desenvolvimento local e regional. "É uma questão e sobrevivência. A grande questão é como damos prioridade para esse tema da conectividade. Hoje, o Brasil precisa disso e também de educação básica de qualidade", afirmou Lippi no debate.
Ele lembrou que atualmente, o Brasil possui mais de 100 mil escolas sem conectividade e que também há professores que não sabem ensinar com os recursos digitais, porque não nasceram nessa época de transformação digital. "Para isso, seria bom termos uma pedagogia digital. Precisamos de estímulos para que alunos e professores se adequem e se sintam interessados em usar estes recursos digitais", afirmou.
A política de conectividade nas escolas
Vicente Aquino, Conselheiro da Anatel e coordenador do GAPE, explicou o processo para se chegar ao desenho da política pública de conectividade das escolas brasileiras. "Após o leilão do 5G, iniciou-se o processo de levantamento de dados. Tínhamos muitos dados, mas nada unificado e organizado. Nenhum dado era seguro sobre essas informações. A partir disso, fizemos um grande banco de dados com informações seguras. Hoje, esse banco está servindo de base para muitas políticas que estão sendo feitas no Brasil", disse Aquino.
Ele também reforçou que é preciso preparar tanto alunos quanto professores para a utilização das ferramentas digitais que o tema da conectividade nas escolas está na agenda do governo. "Hoje, vejo que há uma grande vontade do governo em criar essa agenda de conectividade nas escolas. O Plano Nacional de Conectividade das Escolas deve estar saindo agora, até o final do mês", informou.
