A Telecom Italia, que no Brasil controla a TIM, registrou queda anual de 18,1% no lucro líquido do período do primeiro trimestre do ano, que encerrou março em 367 milhões de euros. Na mesma base de comparação, as receitas caíram 11,9%, para 5,188 bilhões de euros; e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi reduzido em 8,4%, para 2,2 bilhões de euros. O lucro operacional, por sua vez, cresceu 13 milhões de euros e ficou em 1,167 bilhão de euros, alta de 1,1% na comparação anual entre trimestres.
Os resultados da holding italiana continuam impactados pela forte competição na Itália e pela desvalorização de 20% no trimestre do Real em relação ao Euro, o que, mais uma vez, anulou o crescimento da operação brasileira.
As receitas domésticas caíram 8,3%, para 3,728 bilhões de euros, enquanto as receitas no Brasil caíram 18,8%, para 1,451 bilhão de euros. O EBITDA da operação na Itália foi de 1,792 bilhão de euros (queda de 8,2%) e o da TIM Brasil, de 406 milhões de euros, 12,3% a menos.
Em conferência com investidores, o CEO da companhia, Marco Patuano, destacou o plano de investimento em redes e serviços inovadores para capturar, no médio e longo prazo, mais valor de seus usuários domésticos, mudando a abordagem de uma competição liderada pelo preço para a oferta de bundles de serviços focados em LTE, banda larga e serviços na nuvem. "O nível de bundles na base está crescendo. Mais ou menos metade da nossa base móvel já tem pacotes com mais de um serviço e esse índice é ainda maior no segmento corporativo, onde 60% já têm bundles", revela Patuano. "O que está claro é que os 400 minutos de voz, que é o nosso plano mais baixo, de entrada, satisfaz quase 80% da nossa base de clientes e não devemos incluir mais minutos de voz. E no segmento jovem não vamos mais incluir grande quantidade de voz e, mesmo vendo alguma aceleração na adoção do SMS, quando é incluído no bundle, os clientes usam tanto SMS quanto OTT (como Whatsapp), e estamos usando o 4G como diferencial competitivo, já que temos cobertura 20% maior do que a da Vodafone, a segunda colocada", detalha Patuano. De acordo com o executivo, os clientes 4G consomem de 2 a 3 vezes mais dados que os usuários de 3G. "Não quero mais competir em preços, mas sim com a qualidade do nosso 4G", conclui.
Os investimentos totalizaram 684 milhões de euros, o equivalente a 13,2% das receitas, dos quais 72,1% destinados ao mercado italiano e 27,6% ao Brasil. A dívida líquida ajustada fechou março em 27,529 bilhões de euros, 722 milhões de euros a mais que em dezembro de 2013, afetada pela "dinâmica usual" de geração de caixa. "Sazonalmente, temos uma absorção mais alta de capital no primeiro trimestre do ano devido aos gastos dos últimos três meses do ano anterior e esperamos para o resto do ano uma evolução da dívida líquida em linha com a do ano passado", disse o CFO da Telecom Italia, Piergiorgio Peluso.