Na China, Lula visita Huawei em busca de parcerias

Foto: Ricardo Stuckert/PR

A visita do presidente Lula ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Huawei em Xangai (China) ocorreu nesta quinta-feira, 13, durante o primeiro dia de missão do governo brasileiro no país asiático.

Acompanhado do chairman da Huawei, Liang Hua, o presidente assistiu apresentações da fornecedora sobre 5G, conectividade, telemedicina e educação. Projetos da empresas para atendimento digital em zonas remotas da Amazônia e ações para conectar escolas públicas e interligar setores de segurança também foram demonstrados pela chinesa.

"Na palestra para o presidente, a empresa reforçou o compromisso de trabalhar numa perspectiva de longo prazo para o desenvolvimento sustentável do Brasil, em parcerias com foco em conectividade, inclusão digital, educação, saúde e reindustrialização", afirmou o Planalto, em comunicado. No Twitter, Lula também destacou investimentos em pesquisa e educação da fornecedora.  

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Entre os membros da comitiva brasileira estavam o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Comunicações, Juscelino Filho; as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; os governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e do Pará, Helder Barbalho; além da primeira-dama, Janja Lula da Silva.

Depois de demais encontros com a BYD e a CCCC, a comitiva presidencial deixou Xangai com destino a Pequim. Na sexta-feira, 14, Lula terá encontro com lideranças sindicais e reuniões bilaterais com autoridades, entre elas o presidente chinês, Xi Jinping.

Reaproximação

Como apontado no último TELETIME Live, o encontro representa um ponto de virada nas relações do governo com a Huawei – que teve relação conturbada com a gestão do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, na esteira de tensões geopolíticas entre a China e os Estados Unidos (que baniram a atuação da empresa no país).

A reaproximação com a fornecedora também se relaciona com o interesse do governo federal de viabilizar algum tipo de transferência tecnológica na área de telecomunicações entre a China e o setor produtivo brasileiro – algo evidenciado pelo próprio Planalto, ao abordar a busca por parcerias. 

Até o momento, acordos na área não foram oficialmente anunciados pelo governo, mas há sinalização que entre os 20 compromissos com assinatura esperada na missão estejam memorando para intercâmbio de informações setoriais de telecom entre Brasil e China (sob responsabilidade do MCom), além da construção conjunta de satélites de observação da Terra. 

Já no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) está prevista a assinatura de acordo sobre economia digital. O objetivo do memorando seria o de "integrar tecnologias interativas inteligentes a atividades como manufatura avançada, circulação de mercadorias, transportes, negócios, finanças, educação e saúde – envolvendo ainda redes de banda larga, navegação por satélite, centros de processamentos de dados, computação em nuvem, inteligência artificial, tecnologia 5G e cidades inteligentes".

De maneira geral, a produção de semicondutores é outro tema considerado importante no diálogo com os asiáticos – uma vez que o governo federal está revendo sua estratégia para a área. Já possíveis desonerações de produtos 5G para acelerar a adoção da tecnologia no Brasil é ponto que algumas operadoras de telecom acompanham com interesse. 

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