Senadores questionam escolha da Telmex

Durante a audiência do Senado que discutiu a venda da Embratel, nesta terça, 13, quatro linhas de argumentação dominaram as discussões: a necessidade de manifestação prévia da Anatel sobre o consórcio Calais (candidato à compra da empresa preterido em princípio em favor da Telmex), a opção da MCI pela Telmex, a eventual desnacionalização da Embratel e o risco de prejuízo aos acionistas minoritários.
De seu lado, a Embratel apresentou os seus argumentos para que a empresa não seja vendida para o consórcio Calais: caso seja esquartejada, a operadora seria destruída a médio prazo e conseqüentemente o único concorrente de peso para as atuais operadoras de telefonia fixa local deixaria de existir.
Sobre manifestações prévias, o presidente da Anatel, Pedro Jaime Ziller, e o presidente da CVM, Luiz Leonardo Cantidiano, afirmaram que tanto a agência quanto a autarquia que regulamenta o mercado de capitais não podem se manifestar sobre nenhum assunto apenas com base em hipóteses, e sim diante de fatos concretos.

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Quanto à aprovação da venda da Embratel para a Telmex por um valor em princípio mais baixo do que o oferecido pelo consórcio Calais, um dos senadores questionou se a existência de uma dívida da MCI com o grupo mexicano de cerca de US$ 200 milhões não estaria fazendo parte do negócio entre as duas empresas. O vice-presidente da Telmex, José Formoso Martinez, admitiu a existência deste débito, mas afirmou que ele não está envolvido na transação.

Capital nacional

Um dos pontos mais enfatizados entre os senadores foi a ?desnacionalização do capital da Embratel?, sem se levar em conta que o controle da empresa já é feito por um grupo norte-americano desde 1998. Em defesa do consórcio Calais, diversos senadores também não levaram em conta a participação de capital estrangeiro neste consórcio ( Telefônica é de origem espanhola e a Brasil Telecom tem forte parcela de seu capital e controle vinculado ao Citibank, norte-americano). Os argumentos ?nacionalistas? também tratam da lembrar sempre a importância estratégica dos satélites da Embratel (da banda X, usada para fins militares), desconhecendo, certamente, os dispositivos dos termos de compromisso firmados entre a empresa e o governo brasileiro.
Sobre o argumento de que a venda por valor inferior ao oferecido pelo Calais desvalorizaria as ações ordinárias detidas pelos minoritários, não se mencionou o risco de prejuízo dos acionistas preferenciais num possível ?desmonte? da Embratel, planejado pelo consórcio Calais.

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