DVB rebate colocações da Globo em defesa do ISDB

A Coalizão DVB Brasil, que representa os interesses do padrão europeu de TV digital no País, mandou nota à imprensa contestando algumas declarações dadas pelo diretor de engenharia da TV Globo, Fernando Bittencourt, a este noticiário na semana passada.
Segundo a Globo, o modelo de TV digital de Taiwan (que usa o DVB), "é o de múltiplos programas em SDTV (definição padrão) para receptores fixos, com a diferença de utilizar um canal de 6MHz". Segundo o DVB, em seu sistema "a transmissão em SDTV (definição padrão) não só é prevista para recepção fixa, como também para a recepção móvel. Assim sendo, a emissora transmite o mesmo programa (dentro do canal de 6MHz), em alta qualidade, tanto para receptores residenciais fixos quanto para recepção móvel nômade, veicular e náutica."
O DVB ainda refuta a afirmação de que o ISDB-T já incorpora a mobilidade. "(…) a mobilidade ainda não foi implementada na prática ao tempo que as visões de alcance social japonesas certamente não coincidem com aquelas dos países emergentes. Outrossim, a mobilidade da TV no Japão é uma promessa para 1º de abril do corrente ano calendário, que ainda está por ser comprovada na prática", dizem o europeus.

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Ocupação

Em outro trecho, o DVB retoma uma afirmação de Bittencourt de que "há mais canais de televisão que optaram por distribuir programação somente para receptores móveis, mas a tecnologia DVB-T os obriga a ocupar um canal inteiro de 6 MHz para isto". Os europeus admitem que "a informação técnica está correta, mas exige complementação". Segundo eles, a infra-estrutura de um canal de 6 MHz do DVB-T pode ser compartilhada por diversos canais SDTV fixo/móveis (ou mesmo com um canal HDTV), otimizando os custos de implantação.

Mobilidade

Em outro momento, o DVB responde à declaração da Globo de que "há um outro canal, ainda em caráter experimental, alocado somente para receptores portáteis, utilizando uma outra tecnologia, DVB-H, com modelo de negócio baseado em serviços pagos e multiprogramação, e também ocupando um canal inteiro de 6 MHz."
Os representantes europeus afirmam que o DVB-H não é uma outra tecnologia. "Trata-se de um adendo ao padrão global DVB, especificamente desenhado para a otimizar a recepção portátil, onde o consumo de bateria é crítico. Esta tecnologia é imbatível pelo baixo consumo de energia. Diversos canais DVB-H podem operar tanto dentro de um canal DVB-T de 6 MHz de uma emissora, quanto fora desse mesmo canal. A decisão de como fazer cabe a quem vai transmitir o sinal, dentro da regulamentação vigente."

Alta definição

Finalmente, em relação à colocação da Globo de que quer oferecer alta definição, mobilidade e portabilidade em um único canal de 6 MHz, e que o único que permite isso é o padrão japonês, o DVB responde que apóia todas as legítimas preferências das emissoras brasileiras. "Mas não é da opinião que o sistema japonês seja o melhor, por uma série de razões que espera possam ser esclarecidas dentro de um ambiente de debate mais amplo e transparente, que até o momento não ocorreu", concluem.

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