Desde que assumiu integralmente a O3b Networks no ano passado, a operadora de satélites SES começou a colocar em prática a estratégia de fornecer conectividade por meio da sistema de satélites de órbita terrestre média (MEO) da O3b com coberturas amplas de satélites de órbita geoestacionária (GEO). Agora, o vice-presidente de vendas para a América Latina da empresa, Jurandir Pitsch, afirma que a estratégia para o Brasil será a de investir também em infraestrutura, especialmente de olho na venda de capacidade para operadoras móveis. "A O3b tem teleporto em Hortolândia (SP), que a gente vai controlar, e estamos instalando (outro) ao lado", declara.
A estratégia é de implantar a parte terrestre para oferecer uma solução mais completa: a empresa utiliza a rede de satélites de órbita média (MEO) para fornecer acesso nas cidades de Tefé (AM), Tabatinga (AM) e, agora, Fernando de Noronha (PE), onde a TIM já utiliza capacidade satelital da empresa para oferecer rede móvel. "A partir dessas estações, ofertam serviços de IP provendo Internet e até para operadoras 3G e 4G na cidade", explica. "Acreditamos bastante também para o mercado LTE em função da baixa latência."
"É uma mudança de perfil: passamos a investir um pouco mais na infraestrutura de rede e ofertar serviço para operadoras locais", explica Pitsch. "De repente, será expandido no Brasil de forma que a própria O3b vai investir na rede, e não esperar que os clientes o façam, pois eles preferem ver para crer e a banda Ka ainda traz muitas dúvidas. Vamos tirar essas dúvidas", declara.
A mesma estratégia será levada também para o restante da América Latina, especialmente em regiões isoladas e em arquipélagos – na cobertura geoestacionária (GEO) tradicional, os satélites não podem focar nesses locais pequenos e de baixa demanda. "É especialmente para locais mais afastados do continente pois tem vantagem pelos feixes, que têm cobertura variável e podem mudar de posição, podendo apontar para ilha", explica.