Experiência nacional e internacional mostra eficácia de políticas públicas de educação conectada

Foto: Rebecca Omena

No evento Educação Conectada, organizado pelo TELETIME na terça-feira, 11, foram apresentados alguns casos nacionais e internacionais de políticas públicas educacionais nos quais o acesso à Internet e à dispositivos estão no centro da implementação.

Mariana Montaldo Zeballos, do Centro de Inovação Educativa com Tecnologias Digitais do Uruguai (Ceibal), explicou que no país a política iniciou com a distribuir equipamentos para todos os centros educacionais do país. "Desde 2018, todos os alunos tem um equipamento entregue, sem custo", disse ela no evento, por meio de videoconferência.

Zeballos também destacou que o país conta com uma rede de conectividade e de videoconferência. "Todos os estabelecimentos de ensino possuem um equipamento para videoconferência. Além disso, há também uma política de manutenção dos equipamentos, com centros de reparação em todo o país". Em 2022, o governo uruguaio entregou 154.800 dispositivos. Isso envolve tablets e laptop, sendo que cada equipamento desse é trocado a cada três anos.

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Sobre a capacitação dos docentes, Mariana Zeballos explicou que o governo uruguaio tem uma estratégia de desenvolvimento profissional do docente. "Além dos cursos, temos uma plataforma aberta para recebimento de conteúdos, na qual o professor pode acessar conteúdos de outros professores e subir os seus", afirmou.

Claudio Oliveira, diretor de Tecnologia e Inovação Educacional da Secretaria de Educação do Paraná, apresentou a experiência implementada naquele estado. Segundo Oliveira, a secretaria de educação observou que o professor gosta de usar aquilo que faz sentido no seu cotidiano e, desta forma, é preciso criar estratégias de convencimento do professor de que aquela determinas tecnologia vai facilitar a vida dele.

Sobre conectividade, o representante do governo do Paraná explicou que atualmente, a fibra óptica chega em todos os municípios do estado. "A medida de velocidade das escolas com fibra é de 100 Mbps e das escolas com satélite, que são 460, chega a 20 Mbps", disse. Oliveira disse que atualmente o governo paranaense disponibiliza 10 mil tablets e computadores para estudantes e professores. No quesito capacitação, o Paraná tem em média 30 mil professores inscritos nas jornadas de formação anualmente, que consiste em cursos que duram três meses.

Monitoramento

Claudio Oliveira também explicou que o uso da tecnologia é algo já comum nas salas de aula no Paraná. Ele cita como exemplo o uso de reconhecimento facial para as chamadas de turma, além do uso da plataforma Google Classroom e de uma plataforma de robótica para os alunos, que a usam como disciplina extra curricular ou no contra turno.

Os computadores distribuídos a alunos e professores possuem um dispositivo que monitora o seu uso. "Não entregamos nenhum dispositivo sem um software de monitoramento. Com ele, conseguimos saber quando ligou, o que acessou, que conteúdos utilizou etc.", finalizou Claudio Oliveira.

Outra experiência apresentada foi a da empresa Vero, provedor regional de acesso à Internet. A operadora desenvolve um projeto chamado Escola Conectada, que atualmente conta com 4,5 mil alunos conectados em sua região de atuação. Segundo Thamyris Alonso, Gerente de ESG e Relações Institucionais da empresa, o projeto tem parceria com 150 escolas mais 420 escolas estão em fase de conexão. Dessa forma, serão beneficiados 66 mil alunos.

"Quando falamos dessas 150 escolas conectadas, isso representa 6% das escolas de educação básica com capacidade de conectividade, segundo os dados do Gape. Atualmente, o projeto está em expansão. Temos 50 escolas sendo analisadas em MG, na cidade de Juiz de Fora", disse Alonso.

Ela também explica que a frente de conectividade das escolas ganhou uma proporção grande na empresa, o que levou diversos setores da operadora a se envolverem nesse tema. Por fim, Thamyris Alonso citou haver esforço dos pequenos provedores brasileiros em garantir conectividade para seus clientes, e cobrou políticas públicas para o setor. "Somos responsáveis por uma grande cobertura de acesso à Internet no Brasil. E é sempre bom lembrar das diferentes realidades dos pequenos provedores no Brasil", finalizou.

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