Na sua avaliação trimestral do conjunto do segmento de telefonia móvel, distribuída esta semana, a Fator Corretora mostra como a corrida geral pela conquista de novos assinantes está comprometendo as margens de EBITDA das companhias.
O segundo trimestre, diz o relatório, foi marcado pelo crescimento acelerado: a base de assinantes de celulares do país atingiu 54,0 milhões (+ 10% em relação ao final do primeiro trimestre e 16,5% comparativamente ao final de 2003) e a penetração média chega a 30,2%. ?As operadoras de banda B, D e E, sobretudo as pertencentes aos grupos Claro e TIM, vêm adotando estratégia de formação de massa crítica de sua base de assinantes e, para tanto, têm utilizado agressivos subsídios e promoções, abrindo mão, em um primeiro momento, de rentabilidade?, diz a análise da corretora.
As operadoras de banda A, por sua vez, são obrigadas a acompanhar parcialmente essas promoções para não perder posições de liderança em seus respectivos mercados. ?Assim, o preço a pagar pelo crescimento acelerado é a queda das margens operacionais?.
O relatório aponta as dificuldades da Tele Nordeste Celular em manter sua posição de liderança na região, lembrando que há quatro operadoras disputando o mercado na mesma área de cobertura. Mesmo acelerando o ritmo de crescimento, perdeu mais de dois pontos percentuais de market share. Em um ano, a perda foi superior a 13 pontos.
Não foi a única contrariedade da TIM. No caso da Tele Celular Sul, que já vinha em um ritmo forte de crescimento desde os trimestres anteriores aproveitando o atraso do início das operações do quarto competidor na região (a Brasil Telecom), a perda foi ainda maior. Sua margem EBITDA caiu de 34,2% no primeiro trimestre para 25% no final de junho.
A Fator ainda considerou decepcionantes os resultados da Tele Norte Celular e Tele Leste Celular. ?Em ambas as empresas, a participação de mercado tem declinado rapidamente, sobretudo no caso da Tele Norte Celular, que deverá ser ultrapassada pela concorrente de banda B, NBT, nos próximos meses?.