Os novos rumores no mercado financeiro com especulações sobre eventual possibilidade de venda da Telemig Celular para um dos dois interessados de sempre (Vivo e Claro) são baseados em três fatores:
1) As incertezas sobre o futuro das disputas societárias na Brasil Telecom: A lógica seria que o Opportunity, controlador da BrT, da Telemig Celular e da Amazônia Celular unificasse todas as operadoras, dando musculatura para o grupo trabalhar em todas as vias da telefonia. Está difícil, porém, de vislumbrar o desfecho das brigas entre o Opportunity, a Telecom Italia e fundos de pensão.
2) O baixo valor investido pela Telemig Celular no semestre: Para analistas ouvidos por TELETIME News, ao aplicar apenas R$ 40,7 milhões nos primeiros seis meses do ano (diga-se, aliás, que foram apenas R$ 17,6 milhões no segundo trimestre) levantou-se a suspeita de que a implementação da rede GSM não foi ainda iniciada de fato. Para fazer a migração, um dos concorrentes disse que a Telemig Celular precisaria investir pelo menos R$ 300 milhões. Resumo da história: a Vivo pode perfeitamente se candidatar à compra sem ter que reverter grandes investimentos em tecnologia.
3) As dúvidas da Telecom Americas: Comprar pronto ou começar a operação de Minas Gerais? Apesar de ter entrado na disputa por uma licença em Minas Gerais, a controladora da Claro não teria descartado de todo a aquisição da Telemig Celular. Tudo é uma questão de contas.
Para "fazer" uma Telemig Celular sozinha, com 2,5 milhões de assinantes, a um custo de aquisição de cliente calculado entre US$ 75 e US$ 125, o dispêndio médio seria de R$ 750 milhões a R$ 840 milhões, já considerada a licença. Além do risco da concorrência, a contabilidade da Claro continuaria muito desagradável para os olhos dos investidores, dados os altos dispêndios e a inexistência de lucros por muitos anos.
Para comprar a parte do Opportunity poderia, segundo cálculos do mercado, ter que desembolsar algo entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões. Estaria com tudo montado e já com um fluxo de caixa garantido. Porém, teria apenas uma fração da operação total.
Um experiente analistas do mercado mexicano, que conhece portanto as estratégias da Telmex, disse a este noticiário que a preferência natural do grupo seria pela empresa pronta. Mas ele mesmo desaconselharia.