Em uma nova leva de documentos entregues à Justiça de Nova York, o Opportunity tenta explicar o valor que está recebendo no acordo com a Telecom Italia (US$ 397 milhões). Segundo o relato do grupo de Daniel Dantas, a participação do Opportunity Fund no Opportunity Zain (9,8%) é muito mais valiosa do que as participações do CVC LP e dos fundos de pensão somadas (mais de 92%). Isso porque, uma vez comprando a participação do Opportunity Fund no Zain, diz a defesa de Dantas, a Telecom Italia só precisaria negociar ou com fundos de pensão ou com Citibank para ter o controle da Brasil Telecom, pagando prêmio de controle para apenas um deles. A sua participação é mais importante também, diz o Opportunity, porque há uma ação da Sistel do dia 1 de abril na Justiça do Rio, com liminar concedida, proibindo o fundo Investidores Institucionais de vender sua parte. Desta forma, a participação dos fundos de pensão brasileiros no Opportunity Zain é debilitada, diz o grupo de Daniel Dantas, que diz ainda que esta ação pode fazer o Opportunity reganhar a gestão sobre o fundo Investidores Institucionais. Dantas diz ainda que o acordo guarda-chuva dá muitos poderes ao Opportunity sobre o Zain, e que isso teria valor, e por isso a Telecom Italia pagou o que pagou. Segundo o Citi, a Telecom Italia pagou US$ 297 milhões além do valor de mercado pelas ações do Opportunity, e que por isso deve haver algo escondido no acordo.
Vinculação
Para o Opportunity, a venda de sua participação no Zain para a Telecom Italia está vinculada à Telecom Italia conseguir comprar a parte ou dos fundos de pensão ou do Citibank no Opportunity Zain ou na Invitel, ou ao fim do prazo de dois anos. Ou seja, em 24 meses, segundo o relato do Opportunity, Dantas receberá, de qualquer forma, o dinheiro dos italianos.