Empresas sugerem grupo de trabalho para resolver interferência do WiMAX na banda C do satélite

Emissoras de TV, operadoras de satélites e fabricantes de equipamentos de recepção por satélite propuseram à Anatel que se crie um grupo de trabalho liderado pela agência para estudar as soluções de mitigação da interferência dos sistemas terrestres da banda de 3,5 GHz nas antenas parabólicas.

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Esse é mais um passo na busca de uma solução para a convivência entre os sistemas terrestres e os sistemas por satélite. O edital para a venda da faixa de 3,5 GHz – importante insumo para os pequenos e médios provedores de Internet – está suspenso desde julho do ano passado, quando terminou a consulta pública e a interferência nas antenas parabólicas foi apontada pelas emissoras de TV e operadores de satélite.

O grupo faria uma análise das características da planta instalada e dos filtros disponíveis no mercado sob o ponto de vista técnico e econômico. A ideia é encontrar um modelo que estabeleça parâmetros seguros para a potência máxima de transmissão, levando em consideração aspectos críticos como atenuação mínima do LNBF, banda de guarda e distância entre as antenas dos dois sistemas.

Além disso, a ideia é mapear a base instalada de antenas parabólicas, com a ajuda da Anatel, dos governos estaduais e municipais e do IBGE, e, assim, identificar as regiões com maior densidade dessas antenas. Paralelamente, o grupo, que também seria composto por representantes de companhias interessadas em explorar a faixa, faria um levantamento das regiões onde o 3,5 GHz despertaria mais interesse. De posse desses dados, o grupo teria uma visão mais clara das áreas onde as interferências entre os dois sistemas seriam mais críticas. As entidades também sugerem que a Anatel estabeleça uma data de corte, a partir da qual as novas antenas parabólicas vendidas seriam registradas no órgão regulador, seguindo um procedimento simplificado a ser desenvolvido pela agência sem que o consumidor fosse onerado.

A proposta foi feita durante uma grande reunião com representante dos diversos setores interessados no assunto que se realizou no último dia 22 de dezembro na Anatel. O encontro foi agendado com o propósito de ser apresentado oficialmente o estudo do CPqD, encomendado pela Anatel, o qual, frente ao pouco tempo disponível, limitou-se a asseverar que o sistema terrestre pode causar interferência nas antenas parabólicas sem apresentar, contudo, propostas de mitigação dessa interferência. O CPqD esclareceu que teve apenas três semanas para elaborar o documento e que o estudo não teve o objetivo de sugerir soluções para os problemas. Vários testes da indústria feitos no passado já mostravam que a interferência existia.

Consultadas a respeito, empresas presentes consideraram a reunião positiva, pois evidenciou a necessidade de estudos voltados para a busca de soluções, que é exatamente o propósito do grupo de trabalho sugerido. As companhias também se mostram confiantes em produzir um relatório conclusivo no prazo previsto para o grupo de trabalho. A Anatel comentou na reunião do dia 22 que a proposta de criação do grupo de trabalho será levada brevemente ao Comitê da Órbita e do Espaço para análise.

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