Retorno no 5G envolve investimento constante e aplicações, avalia Huawei

Sun Baocheng, da Huawei

Sun Baocheng, CEO da Huawei no Brasil, entende que um retorno positivo com as redes de 5G só é possível com investimentos constantes por parte das empresas de telecomunicações. "Infraestrutura de rede é fundamental. É o fundamento básico", disse Baocheng, durante evento de comemoração dos 25 anos da TELETIME — realizado em Brasília na última quarta-feira, 9.

"Existem três principais desafios para o sucesso dos negócios 5G. O primeiro é conseguir monetizar com a maior entrada de usuários [do 5G] e eu acho que o mercado brasileiro está fazendo isso bem", contou o CEO da fornecedora – apontando tráfego de quinta geração de cerca de 10% no País, mas que estaria chegando a 20% em determinadas cidades.

Para incremento ainda maior do tráfego 5G, Baocheng entende ser importante que as operadoras ofereçam "planos de Internet 5G com tarifas atrativas" e que as fabricantes produzam smartphones 5G mais acessíveis, com preços abaixo de R$ 1,5 mil.

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Também é necessária a criação de novas aplicações que impactem a experiência do usuário. Fazem parte da lista a introdução de chamadas de vídeo Ultra HD e incorporação de ferramentas mais interativas com apoio de inteligência artificial (AI) e realidade aumentada (AR). Alguns exemplos de usos mencionados foram tradução em tempo real e uso de filtros para "chamadas divertidas".

Outro benefício da migração seria desafogar o próprio 4G. Baocheng lembrou que, conforme as pessoas migram para a rede 5G, a experiência de uso dos consumidores da Internet 4G também é melhorada. Isso se deve ao tráfego reduzido de dados na quarta geração móvel, já que uma parcela significativa de usuários passa a utilizar a sucessora, diminuindo o estresse e dependência sobre a infraestrutura LTE.

O acesso fixo sem fio a partir de redes 5G (5G FWA) também foi citado. A Huawei avalia que a proposta (que começa a chegar no Brasil) alcance 105 milhões de acessos no mundo já em 2025.

Receita

Ainda acordo com o CEO da Huawei Brasil, a presença de mais usuários 5G na cartela de clientes das operadoras significa aumento no ARPU (sigla inglesa para "receita média por cliente"). Entre o grupo de vinte grandes operadoras do mundo consideradas pioneiras na adoção do padrão pela Huawei – incluindo gigantes chinesas como a China Mobile -, o impacto no ARPU seria de média de 10%, contra 1% na totalidade das operadoras globais

Outro horizonte importante é o mercado corporativo. Na China, as receitas do 5G com o segmento B2B teriam quase triplicado de 2021 para 2022, baseado em fortes investimentos das operadoras do País no segmento. Até 2025, há expectativa que os valores cresçam mais cinco vezes, com ajuda de setores como óleo e gás, energia e logístico. (Colaborou Henrique Julião)

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