Operadoras latino-americanas como a Telcel, do México, e a Ancel, do Uruguai, querem acompanhar de perto a primeira experiência comercial de rede HSDPA, anunciada pela Cingular, antes de oferecer o serviço em seus países. Uma das maiores preocupações diz respeito ao preço dos terminais que deve baixar drasticamente para que seja possível maior adesão na região.
O encontro das operdoras foi promovido pela associação 3G Americas no evento GSM Americas, realizado até esta sexta, 9, em Miami, Flórida. As empresas mostraram-se cautelosas quanto às tecnologias 3G, principalmente porque em seus mercados (México e Uruguai) 90% dos celulares são pré-pagos, sinalizando baixo valor de Arpu.
O Uruguai saiu na frente no teste dos serviços de HSDPA em parceria com a Huawei, como fornecedora da tecnologia. Foram instaladas 18 estações radiobase com serviços de teste para cem assinantes. Nos próximos meses, mais cinco estações radiobase entrarão em operação, mas o serviço comercial só será lançado entre o final de 2006 e início de 2007. ?Nossos testes são principalmente para saber quais tipos de serviços nossos assinantes demandarão, qual o perfil do usuário e como responder a esse mercado?, diz Humberto Roca, diretor técnico da Ancel.
Aumentar a Arpu
Roca destaca que o objetivo principal é o incremento da receita média por usuário (Arpu), hoje muito baixa na região devido aos celulares pré-pagos. ?Nosso alvo, numa primeira fase, serão os usuários corporativos?, explica. A nova tecnologia, diz ele, também pode ser uma alternativa para a transmissão de dados sem fio, já que o roubo de cabos é um grande problema no Uruguai. A empresa também avalia o WiMAX como solução de acesso. O crescimento dos assinantes dependerá dos serviços disponíveis aos clientes e do custo.
No momento, segundo o executivo, a Ancel espera a queda do preço dos terminais e avalia quais seriam as aplicações mais atrativas. Estão sob avaliação o video on demand, acesso a videocâmaras que serão distribuídas pela cidade para o monitoramento do trânsito, video streaming, rádio e TV ao vivo no celular, além das aplicações mais comuns, como MMS e SMS. Para Roca, os assinantes norte-americanos estão habituados a usar mais recursos no celular por uma questão de cultura: ?Na América Latina ainda temos um longo caminho pela frente, passando principalmente pela queda dos preços dos aparelhos.?
Segundo Kris Rinn, diretora de tecnologia da Cingular, a empresa espera a disponibilidade de aparelhos que suportem os novos serviços HSDPA com preços entre US$ 60 e US$ 80 até o ano que vem. Hoje, um terminal com recursos mais sofisticados custa a partir de US$ 160. No caso da Cingular, o principal objetivo da empresa com a nova rede é incrementar a velocidade de download para os usuários a um custo mais baixo de operação com maior qualidade.