O mercado de TV por assinatura se acostumou a viver quedas sucessivas de base, e de fato, desde 2014, foram quase 10 anos de erosão na quantidade de assinantes, que levaram 9 milhões de clientes. Mas esse ciclo está perto do fim, projeta a Claro. A empresa estima que até meados de 2024 a base de novos assinantes do produto de TV voltará a crescer. Mas note-se que uma coisa é o produto de TV vendido pela empresa, e outra é a base do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC) que é regulado pela Anatel (e cujos dados são divulgados mensalmente pela agência), com todas as obrigações da Lei 12.485/2011 (Lei do SeAC).
Pela primeira vez, este noticiário teve acesso aos números de sua base de clientes dos novos produtos de vídeo que seguem o modelo OTT (ou seja, são distribuídos pela rede de banda larga): são 150 mil usuários do app do Claro TV e 580 mil clientes do Claro Box. Ou seja, para além dos números reportados para a Anatel dos assinantes de TV por assinatura no modelo tradicional (SeAC), há mais 730 mil assinantes que estão em outra tecnologia de distribuição, com uma regulamentação muito mais leve. No modelo tradicional SeAC, a empresa tem 4,58 milhões de clientes, segundo os dados da Anatel
O ano de 2023 foi o ano em que a Claro tomou a decisão agressiva de focar o seu esforço de venda nesse novo modelo, e os resultados começaram a aparecer. A queda de base total deve fechar o ano de 2023 em 6% (metade da queda no ano anterior) e a expectativa é de estabilidade em 2024, mas com curva ascendente a partir do meio do ano.
Para além da reversão da queda de base, o novo modelo, baseado em IP, permite maior flexibilidade na interface com o usuário, com implementações que devem chegar em breve, uso do app com todos os canais lineares em qualquer dispositivo e mais a inclusão de outros serviços não lineares (como Netflix, Amazon, Globoplay e Max). Alguns desses serviços estarão nos pacotes de TV, oque deve tornar o produto mais atrativo em comparação com a compra individualizada de cada plataforma de app.