Vivo se rende aos subsídios

?Eu não lembro de nada disso?. Foi assim que o presidente da Vivo se esquivou, em tom de brincadeira, das críticas dos jornalistas sobre a postura da empresa com relação aos subsídios. Antes da construção da rede GSM, Roberto Lima criticava fortemente a política de subsidiar aparelhos. Seu alvo preferencial era a Claro, que mantinha e mantém até hoje o subsídio mais alto do mercado, vendendo celular por R$ 1 (hoje a empresa dá o aparelho, em alguns casos). Na época, Roberto Lima falava que o mercado já estava suficientemente maduro e que era preciso rentabilizar a base ao invés de buscar desesperadamente novos clientes.
A partir do início das vendas do terminal GSM, no entanto, a postura da Vivo mudou. Na campanha dos Dias das Mães, é possível adquirir um aparelho GSM por R$ 10. ?Ainda posso fazer uma crítica feroz ao subsídio, já que o mesmo recurso poderia estar sendo usado para ampliar a cobertura, universalizar o serviço. No final quem perde é a população. Mas eu estou no mercado e não aprendi a perder. Quando você cai de uma onda, é preciso agüentar firme em baixo da água para voltar com fôlego?, disse ele referindo-se a perda de mercado pela qual passou a empresa no último ano. Como os aparelhos GSM são mais baratos porque tem grande escala mundial, o nível de subsídio para chegar a preços bem baixos como R$ 10, R$ 1 ou até de graça é menor.
Apesar desse esforço, Roberto Lima não arriscou dizer que vai reconquistar os clientes perdidos. ?Posso garantir que daqui para a frente nossas adições líquidas serão positivas?, disse ele, já que no primeiro trimestre do ano a Vivo teve perda de 23 mil assinantes. Segundo Roberto Lima, isso aconteceu porque em janeiro e fevereiro a empresa ainda não tinha planos pós-pagos no GSM e também por causa do efeito sazonal do período. "Essa perda já estava prevista". No primeiro trimestre de 2007, 16% das vendas (inclui trocas) foram feitas para a rede GSM, que já conta com 360 mil clientes.

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O custo de aquisição de clientes caiu 20% na comparação com o primeiro trimestre de 2006 (de R$ 125 milhões para R$ 100 milhões). Os motivos são a redução dos gastos com subsídios (proporcionada pela tecnologia GSM), publicidade, propaganda e da variação cambial. Contribui também a redução de 18,7% com custos das mercadorias vendidas. O Arpu blended (pré e pós) teve uma pequena redução de 2% (saiu de R$ 30,6 no quarto tri de 2006 e foi para R$ 30), na visão de Roberto Lima a pequena redução é ?uma ótima notícia?, dado o efeito sazonal do trimestre.

Resultados financeiros

A companhia teve um prejuízo líquido de R$ 19,3 milhões uma redução de 89,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda teve uma redução de 11,7%, saindo de R$ 857,6 milhões no quatro trimestre do ano passado para R$ 757 milhões no primeiro tri de 2007. Já a margem saiu de 29,2% para 26,6% na mesma comparação. A receita líquida operacional foi de R$ 2,85 bilhões, 10,6% maior em relação a igual período de 2006. A Vivo também reduziu sua dívida líquida, que totalizou R$ 3,3 bilhões no primeiro trimestre de 2007, representando uma queda de 26% em relação ao mesmo período de 2006.

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