Analistas consideram improvável negócio entre TIM e Slim

Analistas especializados na cobertura de telecomunicações consideram pouco provável que a Telecom Italia aceite vender as suas operações na América Latina para o empresário mexicano Carlos Slim, controlador da Telmex, América Móvil, Embratel e Claro. Já as partes envolvidas não quiseram comentar. O grupo italiano não comenta rumores de mercado. As especulações sobre uma ?oferta atraente? da América Móvil para os italianos tiveram origem em notas publicadas na imprensa da Venezuela e da Espanha, no final da semana passada.
O El Mundo Dinero, de Madri, afirma que Carlos Slim ?está disposto a lançar uma oferta para adquirir as atividades da TIM em seis países latino-americanos, com a intenção de fazer frente à crescente concorrência da Telefónica Móviles nesse mercado?. Citando uma consultoria de telecomunicações, a EMC, El Mundo Dinero diz que a decisão do milionário mexicano, que inclui Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Peru e Paraguai, foi tomada depois que a Telefônica comprou os ativos da BellSouth na região.
Já a newsletter venezuelana Inside Telecom diz que as negociações estariam adiantadas, com vistas ao fechamento ainda este ano, e dá até um valor para elas: algo entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões.

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Dificuldades

Os argumentos dos analistas contra a possibilidade da venda das operadoras latino-americanas da TIM para a América Móvil são os seguintes:
1) Carlos Slim só faz aquisições para pagar pouco. Jamais pagaria US$ 8 bilhões pelos nove milhões de clientes da TIM no Brasil, que equivaleriam a quase US$ 890 por assinante. ?Por que os italianos venderiam por preço de galinha morta a única operação que oferece perspectiva de crescimento??, diz um dos especialistas. De fato, os últimos resultados da TIM na região mostram uma expansão de dois dígitos.
2) A compra da TIM no Brasil obrigaria a Telecom Américas (Claro) a optar entre a Tele Nordeste Celular e a antiga BSE que opera na mesma área. Quem compraria a BSE, e a que preço?
3) Na hipótese de haver negócio, haveria uma nova confusão societária. Na verdade, a TIM só controla as operações do Brasil, Venezuela e Peru. As do Chile e Argentina e Bolívia são diretamente controladas pela Telecom Italia. Sem uma companhia de celulares, o que os italianos fariam com sua parte da Brasil Telecom, provavelmente subvalorizada?
4) A TIM e a Telecom Italia já não têm urgência na venda de ativos, porque conseguiram melhorar o perfil de suas dívidas.

Efeito ou não das especulações sobre o negócio de Slim com os italianos, o fato é que as operadoras controladas pela TIM não tiveram um dia bom na Bolsa de Valores de São Paulo nesta quarta, 8.
A Tele Celular Sul foi especialmente abatida nas ações ordinárias (ON), justamente as que são beneficiadas pelo chamado tag along. A queda foi de quase 5%. As PN caíram quase 2,1%. A Tele Nordeste Celular perdeu 0,86% nas PN e não oscilou nas ON. A TIM Sul teve queda de 1,27%.

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