Tensões entre os principais ministros do governo podem repercutir no setor de telecomunicações, tanto no que diz respeito à escolha dos novos conselheiros da Anatel, quanto na definição da base de reajuste das tarifas telefônicas prevista para este mês. É o que TELETIME News ouviu de fonte muito bem situada no Palácio do Planalto.
Segundo essa fonte, a melhoria da atividade econômica teria encorajado o grupo do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em uma ofensiva contra todas as resistências internas à política econômica. Indica, nesse sentido, as facilidades dadas pela equipe econômica à grande imprensa, para as reportagens e entrevistas publicadas nos últimos sete dias. Palocci aparece como vencedor de uma batalha contra ministros petistas esquerdistas e/ou nacionalistas (Casa Civil, Reforma Agrária, Cidades, Minas e Energia, entre outros), com o apoio, aliás, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estaria irritado com o que entende ser a ineficácia de alguns de seus companheiros de partido. Seria seqüência lógica dessa campanha a declaração de Palocci na posse do novo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) praticamente decretando o fim da trajetória de queda das taxas de juros.
Reflexos
A proeminência de Palocci deve produzir efeitos no setor de telecomunicações. Na sua linha de atuação, contra qualquer ruído que possa contrariar a paz do mercado, diz a fonte, ele provavelmente tentará interferir na escolha de nomes para preencher as duas vagar no Conselho da Anatel -inclusive naquela já dada como certa, de Plínio de Aguiar Júnior. No que se refere ao aumento das tarifas, abre-se também a dúvida se prevalecerá a posição dos ministros José Dirceu e Eunício de Oliveira, de reajuste conforme os contratos, pelo IGP-DI, mas com base nas tarifas atuais corrigidas pelo IPCA.